Saio de mim na crista
ondulante deste mar
Que desejo ardente feito
procura em todos os cantos
Neste agora que me perturba
diante da inconsciência
Da injustiça que poucos sobre
os muitos infligem
Até ao fundo da alma mesmo
que o sangue testemunhe
O crime do roubo que se faz
contra o sentido.
Não me calo diante da
paisagem que queria distante
Digo em nomes o que calam em
silêncios calculados
Porque sei da verdade e do amor
feito cálice para todos
Na comum fraternidade do
tempo e da vida
Que Deus imolou na fonte da
água viva na frescura de uma manhã.
Aqui estamos vendo e
escutando o som presente
Que a sinfonia do horizonte
desvela em glória
Um dom solene que retratam os
pintores dos deuses
E assim fizeram numa jornada
um quadro quente
Contra a barbárie e contra a
comodidade
Que os poderosos anseiam como
antídoto para nós.
Não, não... Digo não até à
hora em que vislumbre o sol
A paz e a libertação no
sorriso que a tez em festa
Testemunha quando pronuncio
alegria.
José Luís Rodrigues
3 comentários:
Parabéns. Poema lindíssimo cheio de conteúdo e muito actual.
Cumprimentos
Muito obrigado José Caldeira. Tudo de bom para si... Cumprimentos.
Poesia é quem mais ordena, mais sente, mais enobrece... Parabéns!
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