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segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

A cruz no peito do Ronaldo

Uma grande parte dos portugueses o que mais sente perante as imagens da condecoração do Cristiano Ronaldo é, que o verdadeiro agraciado, não é ele, o Cristiano, mas o Presidente da República. Explico-me, estamos perante um Presidente moribundo, com uma popularidade baixíssima nunca vista em relação a um Presidente da República. A maioria do povo português não nutre grandes simpatias por este homem e afirma à boca cheia que ele não o representa.
A invenção da condecoração ao Cristiano Ronaldo neste contexto não move grandes entusiasmos. É pena para o Ronaldo que não tenha uma figura mais bem cotada na popularidade para lhe conceder com elevada dignidade esta condecoração.  
O actual Presidente da República de Portugal está impopular porque não soube ser corajoso quando devia. Passou a maior parte do tempo a mastigar as palavras e a gerir silêncios perante atentados graves contra a maior do povo português. É mais que conivente com o empobrecimento do povo, não calou perante a loucura da austeridade e da subida de impostos. Foi um choramingas perante os cortes nas reformas, coisa que não se compreende muito bem dado que os seus proventos devem ser bem acima da média do comum dos mortais. Não teve uma palavra que fosse em relação a tantos que caiam no desemprego e que viram ser-lhes retiradas parcelas importantes nos seus rendimentos, pensões e reformas, mais que necessárias para manter as suas famílias. Alias, coisa que o Presidente da República portuguesa, não sabe o que é, porque vive numa das cortes mais caras da Europa. As nuvens negras que pairam sobre ele e a sua família quanto ao BPN ainda não foram devidamente explicadas, episódio que o levou afirmar que a maioria de nós teria que nascer dez vezes para ser tão honesto como ele. Estes são apenas alguns dos aspectos que não convém esquecer para que cada um de nós lhe conceda a devida medalha sem honra a um Presidente da República que nos desonrou em tantos momentos dos seus mandatos.
Por tudo isto o verdadeiro agraciado é não é o Cristiano Ronaldo, mas Cavaco Silva, que se aproveita dos feitos gloriosos de um cidadão português, para ver se sai bem deste retrato tenebroso que ele fez tirar a população portuguesa.
Não fosse a cruz ao peito do Ronaldo, o símbolo da cruz que carregam os portugueses neste tempo fatal da austeridade.
O Cristiano merecia melhor figura a condecorá-lo.

2 comentários:

Sancho Gomes disse...

Concordo!

José Leite disse...

Muito bem. A popularidade também se apanha por osmose?