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sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

A rebelião dos delfins

Neste clima arrepiante, porque o frio tolhe os ossos e a alma, vamos sabendo do clima escaldante em que está mergulhada a Madeira. Eles são ataques pessoais, eles são expulsões, eles são traições, eles são desistências, eles são um conjunto de situações que vão sendo notícia a nível regional, nacional e quiçá internacional, para testemunhar como é «bela» a democracia que se vive na Madeira.
Todos se lembram quando se falava à boca cheia, embora fosse baixinho nas conversas entre amigos, que quando chegasse a altura da queda da hegemonia do regime social-democrata na Madeira, aqueles que beneficiaram dele exaustivamente, comer-se-iam às dentadas. Eis o tempo dessa profecia que andava de boca em boca.
Esta guerra de delfins perdeu todo o respeito. Entre eles reina um desnorte fatal. Todos se acusam e todos de se ofendem, agindo como se tal fosse uma verdade que ninguém visse o seu contrário na realidade concreta do dia a dia. Quero com isto dizer que quem ofende, afinal, queixa de ser ofendido, quando reparamos que o ofendido para o dia a fazer graves ofensas e ataques pessoais. Confuso, pois claro, confuso para todos.
Mais grave, porém, será admitirmos que anda muito boa gente acobardada a estes esquemas e que não pia nem mia por causa do medo de perder benesses ou outros elementos que enformam a dignidade, mais o que é isso perante a feroz investida do egoísmo pessoal?
Este clima é horrível. Está instalado o desnorte em tempos que urgem estabilidade, dedicação e determinação na tomada de medidas que alivie a situação de dificuldades em que está enterrada a população da Madeira. Parece haver inconsciência cega no sentido em que não se pensa nada que este clima agudiza ainda mais a situação periclitante em que está a Madeira. À parte esta caridade pessoal que me assiste, enquanto esta guerra se situar no interior do partido, ainda vá que não vá, é lá com eles, mas quando saltar para a sociedade em geral devemos temer o pior. Já vamos tendo alguns avisos.
Quem tinha dúvidas que em nenhum momento as criaturas se voltam contra o seu criador, pode ver às claras essa realidade na nossa terra. O criador de uma plêiade de delfins vê-se agora a braços com uma luta incrível para domar as suas criaturas. O que aconteceu foi isso mesmo de criador passou a domador. Já deve saber que é sempre mais fácil criar do que domar. Por nós estamos entretidos, mas ao mesmo tempo, também tomados de alguma preocupação internamente, externamente, envergonhados, porque mais uma vez se passa a ideia para fora de que na Madeira é bem verdade que não aprendeu nada do que é viver em democracia.

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