Quaresma... É o tempo de abrir as portas do coração.
O
Papa Francisco já evidenciou algumas vezes este conflito entre Jesus, que abre
as portas a quem quer que o procure – mesmo que seja distante dele – e os
cristãos, que muitas vezes fecham as portas da Igreja na cara de quem bate à
sua porta. É um conflito entre a misericórdia total de Cristo e a escassez
demonstrada muitas vezes por aqueles que creem Nele.
«Um
homem - uma mulher - que se sente doente na alma, triste, que cometeu muitos
erros na vida, em algum momento sente que as águas estão se movendo, é o
Espírito Santo que move algo, ou ouve uma palavra ou ...“Ah, eu quero ir!”... E
toma coragem e vai. E quantas vezes hoje nas comunidades cristãs encontram as
portas fechadas: «Mas você não pode, não, você não pode. Você errou aqui e não
pode. “Se você quiser vir, venha à missa no domingo, mas fique ali, mas não
faça mais nada”. Aquilo que o Espírito Santo faz nos corações das pessoas, os
cristãos com psicologia de doutores da lei destrói».
«Faz-me
mal isso», afirma em seguida Francisco. Que sublinha: a Igreja tem sempre as
portas abertas: «É a casa de Jesus e Jesus acolhe. Mas não só acolhe, vai
encontrar as pessoas. E se as pessoas estão feridas, o que Jesus faz? A repreende
porque está ferida? Não, vai e a carrega sobre os ombros. E isso se chama
misericórdia. E quando Deus repreende o seu povo – “Desejo misericórdia, não
sacrifício!” – fala exatamente disto».
«Quem
é você – reafirma o Papa – que fecha a porta do seu coração a um homem, a uma
mulher que tem vontade de melhorar, de voltar a ser parte do povo de Deus após
o Espírito Santo ter movimentado seu coração?».
Tudo isto são pregos
contra a teimosia do oceano enorme de conservadorismo que albergam movimentos e
grupos organizados no interior da Igreja, muito dados à verdade absoluta. Coisa
que manifestamente não está no discurso do Papa e as suas atitudes demonstram
que devemos antes estar todos à procura da verdade. Não surpreende que alguns
já tenham desabafado que os últimos dois anos de Francisco tenham sido «dois
anos de terror» na Igreja Católica. É caso para perguntar-se, esta gente que
Jesus Cristo segue? E que Evangelho anda a ler?
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