"Ninguém pode ser excluído da misericórdia de Deus" |
O Papa Francisco
anunciou na semana passada no Vaticano que decidiu proclamar um “jubileu
extraordinário”, com início a 8 de dezembro deste ano, centrado na
“misericórdia de Deus”.
“Será um Ano Santo da Misericórdia. Queremos vivê-lo à luz da
palavra do Senhor: ‘Sede misericordiosos como o Pai’ e isto especialmente para
os confessores”, disse, na homilia da celebração penitencial a que presidiu na
Basílica de São Pedro, na abertura da iniciativa ’24 horas para o Senhor’.
Francisco explicou que a iniciativa nasceu da sua intenção de tornar “mais
evidente” a missão da Igreja de ser “testemunha da misericórdia”.
O Papa defendeu que “ninguém pode ser excluído da misericórdia de Deus”
e que a Igreja “é a casa que acolhe todos e não recusa ninguém”.
“As suas portas estão escancaradas para que todos os que são tocados pela graça
possam encontrar a certeza do perdão. Quanto maior é o pecado, maior
deve ser o amor que a Igreja manifesta aos que se convertem”, realçou.
À imagem do que fez em 2014, durante o ‘rito pela reconciliação dos mais
penitentes’, com absolvição individual, o Papa começou por se confessar, antes
de dirigir-se a outro confessionário para ouvir algumas pessoas.
O 29.º jubileu na história da Igreja Católica, um Ano Santo extraordinário, vai
começar na solenidade da Imaculada Conceição e terminar a 20 de novembro de
2016, domingo de Jesus Cristo Rei do Universo, “rosto vivo da misericórdia do
Pai”, explicou o Papa.
“É um caminho que começa com uma conversão espiritual e temos de seguir por
este caminho”, prosseguiu.
A organização dos vários momentos do jubileu vai estar a cargo do Conselho
Pontifício para a Nova Evangelização e quer ser, segundo Francisco, uma “nova
etapa do caminho da Igreja na sua missão de levar a cada pessoa o Evangelho da
misericórdia”.
Este é o primeiro jubileu desde o que foi convocado pelo João Paulo II no ano
2000, para assinalar o início do terceiro milénio.
Francisco destacou na sua homilia a importância de viver a misericórdia de
Deus, através do sacramento da Reconciliação, como “sinal da bondade do
Senhor” e do “abraço” de Jesus.
“Ser tocados com ternura pela sua mão e plasmados pela sua graça permite que
nos aproximemos do sacerdote sem medo por causa das nossas culpas, mas com a
certeza de ser acolhidos por ele em nome de Deus”, assinalou.
O Papa sublinhou que o julgamento de Deus é o da “misericórdia”, numa atitude
de amor que “vai para lá da justiça”, e desafiou os fiéis a não ficar pela
“superfície das coisas”, sobretudo quando está em causa uma pessoa.
“Somos chamados a ver mais além, a concentrar-se no coração para ver de quanta
generosidade é capaz cada um”, apelou.
No dia em que decorre o 2.º aniversário da sua eleição pontifícia, Francisco
deixou votos de que o próximo jubileu ajude a Igreja a “redescobrir e tornar
fecunda a misericórdia de Deus” junto dos homens e mulheres dos dias de hoje. In Aleteia
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