Porque entre nós amanhã é dia de «Corpus Christi»... Sejam felizes sempre sem nunca prejudicar ninguém.
«Isto
é o meu corpo» (Mc 14,22)
Eis
a entrega da única riqueza
a
maior fortuna
vida
feita doação,
dom
que se oferece
no
altar do coração
sacrário
de cada corpo
animado
pelo fermento da vida.
É
pão carregado de humanidade
no
corpo divino feito carne
irrigado
pelo vinho consagrado
sangue
da alegria
que
na fraternidade faz a festa
que
liga céu e terra
no
abraço da comunhão solene do amor.
Corpo
de Cristo são todos
os
homens e mulheres
da
humanidade inteira
partida
em pão de cada dia
para
que todos comam
o
amor solidário
e
real da festa da vida.
Corpos…
amor… respeito… doação…
no
encontro com o outro
traduzido
na densidade de cada palavra
significada
pelo vento que faz ecoar
olhar…
valorizar… respeitar… amar... cuidar…
o
nosso corpo e o corpo do outro
para
que se faça sentido ao discorrer do tempo
«Corpo
de Cristo»… «unidade»… «comunhão»…
partido
e distribuído como «pão»
misteriosamente
como alimento.
E
assim há e haverá eternamente
um
corpo eucaristia que é oferta como dom
que
cura – corpos doentes
que
ama – corpos desamparados
que
perdoa – corpos pecadores
que
abençoa – corpos desorientados
que
encoraja – corpos desesperados
que
alimenta – corpos esfomeados
que
protesta – corpos que roubam
que
recusa – corpos que exploram
que
dá vida – aos corpos mortos…
Este
é o corpo entregue
vida
toda e inteira
que
comunica e faz crescer
a
exigência como alimento
diante
de todas as formas de morte
e
de toda a fragilidade do mundo
porque
irrompe na grandeza divina e humana
contra
toda a violência da injustiça
deste
mundo sem amor
e
perdido no desencanto da solidão.
Eis o corpo em corpo destravando os corpos dos outros
porque grita vida nova «jovem, levanta-te»
porque diz contra o poder deste mundo desumanizado
«covil de ladrões»; «fariseus hipócritas»;
«túmulos caiados» e «ai de vós»…
os das aparências dos «corpos» que desprezam o
interior
que forma o «Corpus Christi» na cosmovisão do futuro
onde haverá a humanidade reconciliada
em fraternidade na longa mesa do banquete
onde haverá pão e palavra em abundância
para todos os corpos no corpo eterno de Deus.
José Luís Rodrigues
4 comentários:
Padre José Luís Rodrigues, Amigo e Irmão, é essa a Igreja que eu acredito. É essa que é continuação do SERMÃO DAS BEM AVENTURANÇAS, que vai do Mar à Serra. Não gosto de JESUS em custódia ou em sacrários, gosto de vê-lo nesse lindo Poema, que hoje fez, em comunhão com os que mais sofrem nas prisões, nos hospitais, nos desnudados, nos sedentos e nos famintos. JESUS encontra-se nos nossos rostos sofridos e abalados por estas "economias assassinas".
São também estes o Corpo e o Sangue que sempre procurei e procuro, como alimento da minha vida.Sou católica apostólica romana.
Sou de há muito sua seguidora. Se me permite e respeitando todos os seus direitos, partilharei este seu poema maravilhoso numa mensagem deste Dia do Corpo de Deus, em www.pretobrancoe.blogspot.com.
Bem haja, Padre José Luís Rodrigues, por tantas verdades que tem a coragem de divulgar!
Muito grato M. H. R. M. Esteja à vontade...
Caro amigo Angelo...
Muito grato pela sua atenção que vai dando ao blog. Seja bem-vindo sempre com os seus clarividentes comentários. Acrescentam-me muito. Um abraço.
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