Comentário à missa deste domingo XII
Tempo Comum, 21 de junho de 2015
Todos somos muito poucos para não
estarmos no coração do amor infinito de Deus. O Deus do Evangelho anunciado por
Jesus Cristo convoca todos para a glória da salvação. Porque é tanto o Seu amor
pela humanidade que nada de cada pessoa está fora do alcance da redenção deste
Deus. O Papa Francisco descreveu desta forma belíssima esta convicção cristã: «Deus
não reserva o seu amor para alguns privilegiados, mas o oferece a todos. Como o
Criador e o Pai é de todos, assim quer ser o Salvador de todos» (07/01/2015). Brilhante…
Um dos aspectos mais terríveis que
muitas vezes ataca os cristãos é o medo. São muitos aqueles que receberam os
sinais que marcam a condição cristã, mas que facilmente vacilam perante o riso
sarcástico dos outros e perante as suas críticas que arrogantemente consideram
não necessitar da religião para nada.
Mais haverá outros que diante das
injustiças, dos assédios, da corrupção, da mentira, da vingança, do ódio, da
calúnia, da indiferença, da irresponsabilidade, da perdição dos jovens através
da droga, do álcool e da sexualidade desregrada... Serão incapazes de defender
o que é correcto e o que é bom, porque não se acham com coragem e com força
suficiente para enfrentar as recusas, as autodefesas e as críticas.
O ambiente de perseguição é uma
realidade de todos os tempos. Porém, continuamente a Palavra de Deus levanta-se
como luz para o nosso coração para não nos sentirmos desamparados, mas antes
com a certeza que Deus está ao nosso lado para connosco enfrentar tudo o que
ponha em causa a salvação.
Muito eficaz seria a acção dos
evangelizadores, se antes de tudo tivessem a confiança, que não obstante as
provocações e as dificuldades, a mensagem de Cristo difundir-se-á e
transformará o mundo. Tudo se renova em Cristo. Este sentido da mudança é sempre
muito importante para a vida do mundo.
Jesus ensina-nos, que diante de nenhum
momento de descarada inverdade, falsidade e maldade, Deus não estará ao lado
dessas descaradas injustiças e muito mais ainda distante de quem as alimenta.
Deus coloca-se sempre preferencialmente ao lado das vítimas, sofre com elas,
morre com elas para que lhes garante depois a ressurreição, a glória, a vida em
abundância para a eternidade. E a Palavra do Papa Francisco novamente nos anima
e consola: «somos chamados a ter sempre grande confiança e esperança em relação
a toda pessoa e à sua salvação: também aqueles que nos parecem distantes do
Senhor são seguidos – ou melhor “acompanhados” – por seu amor apaixonado, por
seu amor fiel e também humilde» (07/01/2015). É este Deus abrangente que nós abraçamos pela
força da fé em Jesus.
Por isso, todas as vezes que estejamos
na defesa da autenticidade das coisas, Deus não nos abandonará e manifestará o
seu apoio a nosso favor. Esta certeza emana da doutrina de São Paulo que radica
na certeza do Evangelho de Cristo.
Nada pode privar a vida íntima com Deus
que os discípulos de Jesus receberam. As mentiras, as críticas menos favoráveis
e os ataques contra a fé, existem e podem durar algum tempo, mas não podem ser
a última palavra nem muito menos levarem a melhor sobre a verdade do amor, porque
todo aquele que se alimenta com a força da fé não permite que nada o faça
vacilar diante dos desafios que a vida sempre oferece. São Paulo confirma esta
convicção: «Sim! Eu estou certo: nem a tribulação, nem a angústia, nem a
perseguição, nem a fome, nem a nudez, nem a espada... Nada poderá separar-nos
do amor de Deus, que Se manifestou em Cristo Jesus, nosso Senhor (Rom 8,
35-39).
Deste modo, tudo devemos
fazer para que a vida divina esteja sempre dentro de nós. Antes de mais é
preciso temer tudo o que nos cerce a liberdade de espírito e tudo o que não
permita o acolhimento da fé no Deus da paixão desmedida pelo mundo. Vamos então
renovar o mundo para o amor.
1 comentário:
Padre José Luís Rodrigues, Amigo e Irmão, que belo texto. Merece todo o nosso aplauso. É um incentivo ao amor no seu sentido mais amplo até chegar a DEUS o de JESUS. "Sede perfeitos como vosso Pai do Céu é". Por isso mesmo, temos que apresentarmos como filhos do DEUS o de JESUS que nos ama tanto. Criou-nos uma Terra fertilíssima, mas o homem sendo desafiado pela "serpente" do dinheiro e do poder faliu nesse apego filia ao PAI. O homem sozinho é um perigo, fica completamente aturdido, não sabe orientar-se se não com os algarismos dos "dracmas" de todos tempos. São as moedas as suas bussulas. Nós precisamos do encanto e do afago de DEUS o de JESUS.
Enviar um comentário