A propósito de uma entrevista que o Padre Roberto concede ao Expresso. Aqui.
Caro padre
Roberto:
não te conheço
nem conheço as gentes de Canelas nem todas as outras pessoas que te apoiam nesta
«armada» e também não conheço as autoridades envolvidas neste caso,
especialmente, as da Diocese do Porto. Por aqui se vê que nada tenho que ver
com o assunto. Vou apenas falar com base no que vai surgindo na comunicação
social. Por aqui se pode também concluir que podes afirmar categoricamente: «se
é assim, porque te metes onde não és chamado». É verdade. Nada tenho que ver
com isto e nada devia dizer acerca disto. Porém, as coisas tomaram um rumo de
teimosia tal que não deixa ninguém ficar indiferente.
Padre Roberto, quando
somos nomeados para uma paróquia sabemos que vamos para ali a prazo, mesmo que
nunca sejamos chamados para mudar ou não encontremos razões de ordem pastoral
ou pessoal para mudar, estamos ali a prazo, porque tudo o que fazemos neste
mundo tem um tempo, tem um prazo limitado se não for de uma forma, há uma forma
que não nos perdoa, é incontornável, a morte.
Padre Roberto,
parece que és um padre cheio de qualidades, onde chegas moves montanhas e as
pessoas que te rodeiam estimam-te. Ainda bem que é assim e deves cultivar cada
vez mais essas qualidades. Mas, parece que neste processo já metestes os pés
pelas mãos. As denúncias falsas, contra um colega teu irmão no sacerdócio estão
a deixaram-nos perplexos. Vieram as ser infundadas, melhor, eram falsas.
Imaginas o que isso implica de sofrimento para esse outro padre, a sua família
e a comunidade onde estava a paroquiar? Já pensastes o quanto uma denúncia
dessas, sendo infundada, o quanto compromete a vida e o futuro dessa pessoa? -
Espero não ter que ver daqui a dias a notícia de que isto não se passou de algo
do género «chama-lhe antes que ela te chame».
Padre Roberto, até
parece que tinhas todas as razões inicialmente para bateres o pé, mas o rumo
que as coisas seguiram, revelam que te deixam mal e esta entrevista de auto
defesa ao Expresso ainda se torna mais revelador.
Por isso, Padre
Roberto, «larga o osso». Pega na bagagem das qualidades que pareces reunir e
vai para outra. Para que serve esta teimosia? O que ganham todas as partes?
Como ficará a Igreja de Canelas, a Diocese do Porto e toda a nova dinâmica e
imagem pastoral da misericórdia encabeçada pelo Papa Francisco? – Muita gente
está a sentir mal, incluindo eu que não sou muito dado a me deixar «adoecer»
com questões de teimosias. Todo coração humano foi criado para ser livre e
universal. Mas o coração de um Padre foi recriado para ser ainda mais livre e
mais universal. Nada nos prende, tudo nos liberta para o mundo inteiro e para o
além, o transcendente. Esta é a principal riqueza do sacerdócio ministerial.
Padre Roberto, o nosso
mundo está cheio de coisas tão urgentes para serem feitas, larga-te disso e vai
por esse mundo fora e abre o teu coração à universalidade. Garanto-te que serás
mais feliz.
1 comentário:
Bom dia!
Espero que esteja bem.
Faço um comentário porque me parece que é uma pessoa com quem se pode conversar e divergir, só por isso!
E comento apenas o título que deu ao seu texto:
"Quando a teimosia cega o coração fecha-se à universalidade"
Ainda não reparou que a IC na sua "teimosia cega" fechou sempre e de facto, o seu "coração" à universalidade?...
Fique bem, senhor padre que me parece ainda ser humano...
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