O Sínodo sobre a família...
À medida que o Sínodo vai decorrendo, vão
surgindo alguns sinais de divergência e mesmo que o esforço de manter tudo
encerrado nas paredes da sala onde decorrem os trabalhos, vamos tomando conta
de que o papa Francisco tenta mover uma enorme montanha, a Igreja Católica. As
suas mãos estão totalmente disponíveis para que a montanha se mova, as outras mãos,
aquelas que deveriam estar também disponíveis para colaborar nessa grande
tarefa, parece, que empurram para trás.
Porém, o Papa, melhor do que ninguém,
sabe que não é fácil enfrentar uma instituição cimentada em alicerces
seculares. Eles são há uma plêiade de religiosos que vivem confortavelmente em
comunidade ricas e luxuosas. Eles são o clero aburguesado que não estuda e que
não sai da catequese mais corriqueira. Eles são as mulheres podem receber todos
os Sacramentos, que são sete, menos o Sacramento da Ordem, o sacerdócio para as
mulheres está vedado numa Igreja que não se cansa de pregar a inclusão, mas que
exclui desumanamente e cristamente. Eles são os leigos que vivem num
infantilismo confrangedor a sua fé e a base mais visível da pastoral está
exclusivamente no devocionismo. Eles são preconceitos graves contra a
homossexualidade e temo que em muitas franjas da Igreja Católica exista uma
homofobia horrível, que exclui e estigmatiza muitos homens e mulheres em todo
mundo. Eles são também o facto de reinar uma insensibilidade perante aquilo que
se designa hoje «os pecados sociais»: a injustiça, a corrupção, a desigualdade,
a pobreza, a ecologia, as migrações (refugiados) e todas as situações/desafios
deste nosso tempo que deviam ser a principal preocupação de toda a Igreja para
que se fizesse jus à magnífica expressão do Concílio Vaticano II quando fala
dos «Sinais dos Tempos».
Por um lado, as manifestações contra
qualquer sinal de mudança da Igreja, da sua doutrina e do seu modus vivendi, fazem corrermos o risco
de caminharmos na Europa para um número cada vez menor de Católicos. Parece que
o número de padres que morrem na Europa é mais elevado do que o número dos que
chegam ao sacerdócio. E lá sabe Deus os que chegam como são, o que pensam e
como procedem. Mas deixemos isso para outros momentos e quiçá para gente mais
abalizada do que nós para aferir dessa realidade.
Mas, por outro, também devemos dizer honestamente
que a continuarmos assim, vai acentuar-se em todo o mundo a ideia de que aquilo
que Roma prega não é praticado pela maioria dos fiéis, como está bem claro no
caso da doutrina sobre a sexualidade, particularmente, no que diz respeito aos
contraceptivos. Em todo o caso nada está perdido, se existir coragem e muitos
seguirem os passos do Papa Francisco, que procura responder a todas as
situações com a Palavra de Jesus e com a mais pura naturalidade faz como Jesus
faria se estivesse em carne e osso no meio de nós neste século.
1 comentário:
Padre José lUÍS Rodrigues, Amigo e Irmão , Cada um e cada casal responde perante DEUS o de JESUS. Foi isso que JESUS no-lo ensinou a começar pela grande Oração do PAI NOSSO. Portanto, os ensinamentos da Igreja hierárquica só sempre bem-vindos desde que não colidem com a minha liberdade. Eu se fôr a uma Eucaristia, após um acto de contricção, não a que a Igreja me ensinou, mas a do arrependimento pelo mal que fiz, que não estava de acordo com o Evangelho. Após essa introspecção comungo Dizia o Cardeal Newman "antes do papa está a minha consciência" e está dialoga somente comigo e com DEUS o de JESUS. Abraço, Parabéns e obrigado
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