Ganhou quem estava previsto ganhar, a
coligação Pàf. Foi pena não terem sido vencidas as sondagens, exatamente como desejei
e procurei contribuir.
Não venham agora dizer que o povo é
masoquista, não serve nesta hora inventar eufemismos para justificar derrotas
ou ganhos. A democracia é assim mesmo, ganham uns perdem outros. Os eleitores
são soberanos. Mais ainda de nada contribui inventar análises que justifiquem
esta ou aquela opção do eleitorado, só porque não está de acordo com a nossa
opção ou a que desejamos mais que tivesse acontecido. A maturidade democrática
mede-se pela capacidade de acolher a decisão da maioria. Desta vez, como tem
sido nas outras, comigo, será novamente assim.
Porém, não me livro de olhar o que
aconteceu ontem a partir desta análise que a minha atenção me provoca. Agora
podemos também a partir da Madeira saborear com um certo gozo o que aconteceu lá
para os lados do Continente. Não foram as poucas vezes que durante 40 anos do
lado de lá do Atlântico fomos considerado um povo imbecil, só porque foi
votando consecutivamente no PSD do Alberto João. Bastava entrar nalgum táxi em
Lisboa para ouvir impropérios contra a Madeira, porque votava sempre no mesmo.
Tudo isto para perguntar-se o seguinte: e
agora Portugal Continental? Em quem votaram? – Nos mesmos, aqueles que
prensaram durante 4 anos o povo português com uma austeridade desumana, que
deixava boquiaberta a Troica, que considerava não ser necessário espezinhar tanto.
A questão a meu ver é esta, a maioria
votou sob um engano, colocassem coligação PSD/CDS e logo veríamos este partidos
seriam cilindrados. O engano estratégico resultou. Porém, obviamente, que tudo
isto deixa perplexos os cidadãos mais conscientes e informados sobre todas as
questões da governação e mais ainda deixa estupefacta a opinião pública
europeia, especialmente, aqueles países que foram intervencionados como nós,
mas que na hora da verdade manifestaram o seu desgosto nas urnas imprimindo
outras opções de governação, alguns deles até bem radicais e surpreendentes. Pois
então, estúpida e imbecil era a Madeira. Não consideram irritante e insultuosa
a expressão: «Já chegamos à Madeira»? Agora sim, podem aplicá-la por aí, porque
face a este contexto só nos faz sorrir de gozo.
Nisto tudo a maior derrota vai para o
nosso país e o seu povo, que faz isto mergulhar na instabilidade. Aliás, nada
que nos venha a surpreender, o país fica como está a maioria dos portugueses,
que há muito experimenta a instabilidade derivada dos pesados sacrifícios a que
foi votada.
Quanto à derrota do PS, deriva da divisão
interna que o norteia desde sempre e que foi intensificada desde a saída do Seguro.
António Costa enredou-se na estratégia da coligação, que soube manter a chama
de que quem ia ser julgado nestas eleições era o PS e o seu líder. A restante
oposição ajudou à festa.
Os corvos que vivem dos
tachos políticos e que não sabem fazer mais nada na vida senão andar instalados
em cargos à conta dos partidos, é melhor que tenham em conta que face a este
domínio conjuntural onde o vosso PS foi a vítima, com o António José Seguro, a PàF
teria a maioria absoluta. Com isso então é que veríamos o quanto seria
desastroso para o nosso país e para o seu povo uma governação absoluta destes Pàf’s.
Na Madeira. Nada de especial. Apenas o BE surpreende positivamente. O PSD perde pouco e o CDS muito, era mais que previsível depois de ter sido notório o terem passado a perna ao Rui Barreto. Sai José Manuel Rodrigues entra Rui Barreto. É assim a vida. O PS não descola e continua a fazer festa com pouco.
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