Comentário ao domingo XVI tempo comum. Pode servir a quem vai habitualmente à missa, mas não só...
Os textos da missa deste fim de semana têm como figuras principais duas mulheres. Duas irmãs amigas chegadas de Jesus. Duas discípulas e apostolas de Jesus, não tenho dúvidas nenhumas. Vamos pensar nas duas atitudes que ambas revelam, diferentes em cada uma.
Os textos da missa deste fim de semana têm como figuras principais duas mulheres. Duas irmãs amigas chegadas de Jesus. Duas discípulas e apostolas de Jesus, não tenho dúvidas nenhumas. Vamos pensar nas duas atitudes que ambas revelam, diferentes em cada uma.
Antes de mais permitam-me relembrar previamente que o discípulo é aquele que se senta aos pés do Mestre para o escutar e contemplar. Obviamente, que alguns considerarão logo que esse papel foi realizado logo por Maria. Porém, os tempos ensinaram que o discípulo também é aquele que é enviado e que se empenha atarefadamente em todas as lides pastorais que o discipulado implica. Obviamente, que alguns considerarão que Marta reúne todas estas condições. Conclusão, ambas são discípulas. Ambas são apostolas.
Marta
Marta é o apóstolo, encarregado da comunidade a quem Jesus aplica estas palavras: «Marta, Marta, andas inquieta e preocupada com muitas coisas». É ela inquieta com muitas coisas, a trabalhar incansavelmente pelo bem dos outros, para que não lhes falte o pão, a roupa e as condições necessárias para estarem bem e em paz. Marta, a irmã de Lázaro, personifica todos aqueles e aquelas que lutam diariamente por um mundo mais justo, casas condignas e todos os ambientes onde nós precisamos de passar e de estar na construção da existência neste mundo.
Marta, a mulher discípula ou apostola de Jesus, é aquela que recebe Jesus em casa, confiando-lhe do melhor que tem, por isso, o ministério de Marta reflecte o que todos deviam fazer, inquietar-se e atarefar-se para que nas suas ações acolham a Cristo e O sirvam, e que O assistam nos seus membros, os doentes, os pobres, os viajantes e os peregrinos. Não gosto de ler Marta como aquela que escolhe a pior parte e que tantos defendem ter levado uma repreensão de Jesus.
Maria
Maria, é a discípula ou apostola, que se sentou aos pés do Mestre, que escuta e contempla. Nada igualmente de somenos. Mas também importante e cheio de valor para a vida e para mundo.
Enquanto uns realizam as atividades indispensáveis, Maria permanece em repouso, conhece «como é bom o Senhor» (Sl 33,9). Imagino esta mulher sentada aos pés de Jesus, com um coração maior que o mundo, apaixonada por Jesus, cheia de paz, sem Dele desviar os olhos, e como brilham os seus olhos, atenta às suas palavras, maravilhada com o Seu belo rosto e com as suas divinas palavras: «És o mais belo entre os filhos do homem; nos teus lábios se derramou a graça» (Sl 44,3). Um momento onde se pode considerar, como é tão belo Deus entre os seus anjos na sua glória.
Maria vestida de alegria, maravilha-se, dando graças, escolheu a melhor parte. São felizes as mãos que trabalham, mas igualmente, são felizes os olhos que contemplam e os ouvidos que ouvem as palavras doces do amor que animam a vida para a felicidade. Podemos todos sermos felizes igualmente se ouvirmos o bater do coração de Deus, nesse lugar do silêncio onde convém estarmos presentes em jubilosa esperança. A vida faz-se no trabalho, mas também se faz no silêncio contemplativo.
Marta e Maria, são a nossa vida e mais ainda, são as duas faces da nossa existência se assumimos a condição de cristãos discípulos e apóstolos do Mestre Jesus de Nazaré.
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