Nas errâncias desta vida, encontramos segredos, que se desvelam em palavras orquestradas em frases magníficas que dizem tudo sobre o tudo. Aqui este tudo é Deus. Esse, de quem nada pode ser dito, pensado, sonhado... É sempre o Outro, o inominável, a Alteridade por excelência. O Presente e o Ausente. O Próximo e o Transcendente... Numa curta, mas muito humana expressão: "o fiel amigo invisível".
Nesse caso, fico-me na sublime frase de José Saramago, que define o máximo sobre Deus e o que nós somos diante Dessa realidade que Deus é... Diz assim o autor de o "Ensaio sobre a cegueira": "Deus é o silêncio do universo e o ser humano é a voz que dá sentido a esse silêncio". Sublime, se tivermos em conta que Saramago se considerava ateu. Disse-o em altas parangonas imensas vezes. Para nós nada nos perturba e aprendemos pouco ou muito com todos, se tivermos um coração do tamanho do universo ou tendo em caso desta reflexão, do tamanho de Deus...
Pois então somos levamos a constatar que os ídolos, hoje, parecem desfrutar de uma saúde excelente, enquanto Deus parece suscitar menos fascínio no homem moderno. No entanto, são "ídolos mudos", que não podem salvar o coração da humanidade na sua mais recôndita necessidade de amar e ser amado.
Quantas imitações, quantas distorções do verdadeiro rosto de Deus! Dizem-nós que a crise moderna, é a crise de Deus, o eclipse de Deus, a ignorância de Deus, a aversão a Deus... Entre muitos outros dizeres acerca do vazio em que nos deixamos enredar.
Muita da esperança puramente humana está a encontrar decepção quando busca respostas fora de Deus. Porque a humanidade subordina a sua vida e toda a sua beleza. A vida deve ser livre, solta de ditames mercantis, não alimentada e subjugada a poderes deste mundo, sejam objectiváveis ou a poderes que interessam a grupos e pessoas individualmente. A idolatria em todas as vertentes é um veneno tóxico, tão ao mais corrosivo que todas as forças da natureza. Se o proceder anda assim, idolatrado ou envenenado, estamos longe da felicidade.
Fica o alerta para que fiquemos conscientes desta tragédia, para procurarmos encetar caminhos que nos humanizem de verdade, nos façam perder a vergonha de ter Deus no coração e sermos a voz do silêncio do amor deste Deus que nunca falha na Sua justiça.
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