O célebre discurso, "I Have a Dream", que Martin Luther King proferiu há mais de 50 anos, a 28 de agosto de 1963, no Lincoln Memorial, em Washington, ficou para a historia porque não era um slogan nem muito menos ruído ensurdecer de uma campanha política eleitoral. Era o ecoar de uma vontade ou de um desejo comunitário contra a não violência e pelo amor ao próximo de uma sociedade inteira que queria a abolição do racismo, mas o sistema, estava de tal forma montado sobre a cruel injustiça, que não permitia que fosse levada à prática essa abolição. Exactamente como vivemos hoje.
Estamos amarrados às forças obscuras, provavelmente, secretas, mas que dominam tudo e todos. Repare-se o quanto são belos os discursos, os slogans e as promessas dos políticos candidatos às eleições, porém, logo depois de eleitos lá se foram os sonhos, as promessas e todo o bem em favor do povo que se proponham levar a cabo. Agora outros valores se levantam - e não são os do bem comum por sinal, mas os da máquina dos poderosos que sem piedade sangram os pobres e os indefesos. Tudo ao contrário do sonho bem consistente numa prática concreta do bem para todos do pastor Martin Luther King.
Só mesmo a vontade de Deus com a nossa vontade para transformarmos os sonhos em realidade contra o idealismo inconsistente e lutando muito para que a fé no futuro não seja o ópio que faz exorcizar a realidade de hoje. Que todos juntos sonhemos com uma sociedade mais justa, mais fraterna e amiga onde todos têm lugar e vez, porque ninguém é perseguido por causa da cor da pele que tem, da religião que professa, das opções sociais, culturais e políticas que realiza...
No fundo, sonhamos e desejamos uma sociedade onde todos passam e estão, porque se sentem úteis e que sem cada um individualmente, todos seremos mais pobres e menos humanidade. Pelo sonho é que vamos, como dizia o poeta Sebastião da Gama, pois, então, que comece já, todos somos humanidade e se este sonho não nos comanda a vida, muito de nós anda mal, muito mal.
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