Está na altura de serem confrontados os
pais católicos com a pergunta sacramental sobre a catequese para o ano que vem
para os seus filhos. Alguns são os avós a se preocuparem com isso. Outros a
escola católica onde eles são matriculados para seguirem na escola. Outros a
comunidade/paróquia onde se inserem…
Só faltou o autor do texto referir que é
importante matricular as crianças, adolescentes e jovens nas paróquias, para
que cresçam com uma dimensão de família alargada, que pode ser a paróquia onde
residem ou outra. Compreendo que seja mais fácil aos pais que os seus filhos tenham
a catequese dentro da escola durante a semana, como mais uma hora no já preenchidíssimo
horário escolar, para que no fim de semana tenham mais tempo para as atividades
desportivas ou para passearem juntos. Nada disto é de somenos e é importante também.
Porém, essa opção pode ser cómoda, mas não permite que os filhos se deem conta
da família comunitária, da dimensão espiritual nossa vida e muito menos se
darão conta da dimensão litúrgica/ritual que nos abre ao transcendente. Só a
prática dos sacramentos, pode despertar para o seu sentido e importância para
vencer na vida todos os obstáculos que ela sempre vai apresentar. Encontrei o
seguinte texto de um catequista que reflete perfeitamente sobre as razões para
que as crianças e os jovens participem na catequese. É importante que quem tem
filhos tenha atenção a este texto e pense um pouco no assunto…
Muitas pessoas podem perguntar: “Qual a
importância de ir à catequese? É sempre a mesma coisa! O importante é a
escola…”
Encontramos muita gente que já nem faz a
pergunta, nem espera a resposta. Toma logo a decisão de se afastar da
catequese, ou de não levar os filhos. A preocupação é puramente social:
primeira comunhão, crisma para ser padrinho. Há quem diga que é sacramental.
Eu digo social, porque se fosse sacramental exigia uma fé comprometida, o que
não parece ser o caso.
Então para que serve afinal a catequese?
Para aprender a doutrina. E o que é isso? Leis? A cumprir um regulamento, que
muitos, sem conhecer e entender a fundo, consideram desactualizado?
Tenho algum receio da educação que hoje
se transmite. Não porque ela esteja de todo errada. Era bom que na vida só
pudéssemos fazer o que nos apetece, e que se procure satisfazer as vontades
todas das crianças, sem as fazer pensar. O meu receio fundamenta-se nesta
inquietação: os pais/sociedade preparam as crianças como se tudo corresse bem e
não fossem encontrar nunca dificuldades na vida. Mas quem as prepara para as
dificuldades? Quem as prepara para não se deixarem traumatizar pelos obstáculos
e sofrimentos? “Quem as ensina a interiorizar, a usar as dores para crescer em
sabedoria, a trabalhar as perdas e frustrações com dignidade, a agregar ideias,
a pensar com liberdade e consciência crítica, a romper as ditaduras intelectuais,
a gerir com maturidade os pensamentos e emoções nos focos de tensão, a expandir
a arte da contemplação do belo, a dar sem contrapartida do retorno, a
colocarmo-nos no lugar do outro e a considerar as suas dores e necessidades
psicossociais”?
Na catequese, pretendemos revelar a
pessoa que nos ensinou isso de uma maneira extraordinária e inovadora: JESUS. E
isso faz-se em diversos anos, para acompanhar a evolução intelectual e afectiva
das crianças. Quando se descobre este Jesus, ficamos apaixonados e libertos.
Crescemos interiormente. Encontramos força, energia, para vencer, aprender,
crescer. Que nós, catequistas, nunca nos esqueçamos de mostrar a beleza de
Deus. Não a ofusquemos com doutrinas frias. Elas serão melhor aceites e
interiorizadas, depois de nos termos apaixonado por este AMIGO. E então, a
doutrina não será uma prisão, mas apenas orientações para crescermos de forma
equilibrada e feliz, com saúde mental e espiritual.
In: https://partilhar.wordpress.com/2009/10/02/porque-ir-a-catequese/
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