É de sermos mais e melhor humanidade que precisamos...
«Eixo do mal» foi uma expressão retomado pelo então
presidente dos Estados Unidos da América, por causa da guerra do Iraque. Se
tivermos em conta que muita da desgraça em que está mergulhado o mundo, deriva
dessa guerra, alimentada por mentiras descaradas dos políticos, achamos por bem
trazer à liça esta expressão para pensar um pouco sobre o bem e o mal. Ou seja,
para pensarmos o quanto estamos a entrar num tempo onde a banalidade do mal entrou
nas nossas vidas. Ele é quotidiano. Ele é um «eixo» tão frequente que parece
não passar hora ou minuto que não se oiça falar de tragédias levadas a cabo por
esse propensão para o mal que a humanidade carrega.
O bem identifica-se com a ideia de progresso e com a
harmonia, que o desenvolvimento económico e democracia proporcionam. Esta
motivação é suficiente para lutar contra o «eixo do mal», que é sinónimo de
monstruosidade e atraso social e económico. Esta ideia absurda que reduz o
mundo e a vida a dois eixos ao lado de motivações religiosas resultam em
barbaridades. As cruzadas - europeus armados com armas potentes e com a força
da verdadeira fé entraram pelo Oriente dentro e desbarataram tudo - foram um
exemplo claro de que as motivações religiosas resultam em barbaridades contra
os valores da tolerância e do respeito pela diferença.
Porém, resta salvaguardar que nada disto é bíblico.
Nem o «eixo do bem» nem o «eixo do mal» encontram sentido na Palavra bíblica.
Cristo é um adepto da não violência e está sempre, pacificamente, embora de
forma radical, contra tudo o que seja diabólico, aquilo que separa da verdade e
da vida. Deste modo, percebe-se que Deus é o criador de tudo e que não faz
sentido a doutrina dos «eixos». Tudo é criado por Deus, o bem e o mal coexistem
lado a lado. O criador combate o mal para o salvar e redimir não para o
suprimir ou sanear.
A posição da Igreja Católica face a todo o género de
violência é categórica, considera ser imoral e ilegítima. Mais se repara que
alguma doutrina católica que defende a «guerra justa» ou de «legítima defesa»
não entra nas palavras de nenhum Papa dos últimos anos. No fundo, a visão
religiosa radica hoje na ideia, depois da experiência milenar, de que a guerra não
deve ser opção, por causa da destruição, morte, pobreza e sofrimento que
provoca, fazendo tantas vítimas inocentes. Violência gera violência. Guerra
gera mais guerra.
Hoje em qualquer lugar do mundo – defendem os verdadeiros
judeus, os verdadeiros muçulmanos, os verdadeiros budistas e os verdadeiros cristãos
– que a morte de um só homem é a morte da humanidade. E, obviamente, que o
verdadeiro Deus repudia todas as formas de morte.
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