Antes de qualquer dizer sobre o assunto, Deus, fica desde logo claro que o meu crer radica nesta ideia, Deus é um mistério e tudo faz parte desse mistério. Não seriamos nada sem que essa ideia nos comandasse. Ou, aliás, sem tal horizonte, pode ser que engrossaríamos ainda mais o rol dos desesperados que, tristemente, nos rodeiam e vão tentando acabar com o tesouro mais extraordinário que existe, a vida.
Vamos ao que nos trouxe até aqui hoje para servir no banquete. A frase do exemplar religioso Mahatma Gandhi, é bem ilustrativa: "Deus não tem nenhuma religião". Quer dizer, Deus não é cristão. Deus não é judeu. Deus não é muçulmano. Deus não é hindu nem budista...
Tudo isto foram denominação que a humanidade inventou para definir culturas, etnias, países e sensibilidades na diversidade dos povos do mundo. Servem estas designações para ajudarem a humanidade a encontrar-se com o mistério. Quando se desvia disso, não serve para nada, é mais lixo que polui o mundo e inferniza a vida.
Estou dentro de uma destas tradições. Eu tento honrar a minha designação. Mas eu não não estou convencido que a minha tradição define Deus e que seja o único caminho absoluto para chegar a Deus. Há mais caminhos, há mais possibilidades, tantas quanto é enorme o mistério de Deus e que envolve cada homem e cada mulher nas suas circunstâncias. A minha designação aponta-me para Deus e isso chega...
São João ensina e com isso "manda" acreditarmos que Deus é amor. O poeta libanês, autor de "O Profeta", completa o ensinamento: "Quando o amor vier ter convosco, / Seguros embora os seus caminhos sejam árduos e sinuosos. / E quando as suas asas vos envolverem, abraçai-o, embora a espada oculta sob as asas vos possa ferir. / E quando ele falar convosco, acreditai, / Embora a sua voz possa abalar os vossos sonhos como o vento do norte devasta o jardim". Parece fácil, mas nem sempre é.
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