Será que li bem? - Caros leitores, leiam bem e segurem-se à cadeira. Anda tudo maluco, acabou o trabalho ou anda tudo com fome de criatividade? - Anda pra aí qualquer coisa no ar que não percebo o que seja... Aliás, até percebo, mas não digo para já.
As missas do parto ganharam fama e muitos aderentes, não pela espiritualidade que deveriam representar. São uma borga geral com comes e bebes, animação musical q. b. de gosto duvidoso. Não quero com isto menosprezar aquele grupo de pessoas que vai às missas do parto para rezar e preparar-se espiritualmente para o Natal. Se não sabiam que há muitas pessoas que o fazem com este propósito, ficam a saber que o grupo é ainda muito grande. E muitos entristecem-se e não valorizam nada o forrobodó exterior.
Sem pretender julgar ninguém, há um resto de Israel que anda a fazer gincanas de missas do parto para dançar, encher a barriga e embebedar-se, maiormente sem sequer entrar nas igrejas nessa ocasião nem muito menos nos restantes dias do ano. Basta estar atento.
Por isso, senhores JPP's, o que pretendem com esta proposta, definir como património cultural imaterial o que se passa dentro ou fora das igrejas na temporada da novena das missas do parto? Porque não se lembraram também da noite do mercado e de outros costumes que o característico Natal Madeirense tem? A moda do património imaterial para tudo pegou de galho, por favor, não se lembrem de mais baboseiras que pra aí andam salivando por tamanha qualificação?
Srs JPP's que fique claro, se pretendem fazer património imaterial o que se passa na verdadeira celebração das missas do parto no interior das igrejas, desistam, não é necessário, ainda mais se considerarmos que o nosso Estado é laico e que se saiba a Madeira também faz parte do mesmo Estado. Como enquadram isso no dever de laicidade do Estado? - Aguardo para ver... Mas, fica já a conclusão, definitivamente estará provado se for aceite o vosso pedido, que de manifestação religiosa pertencente a uma confissão religiosa as missas do parto já nada têm a ver. Adiante...
Porém, se pretendem declarar cultura imaterial o folclore à volta de algumas igrejas por ocasião das missas do parto, avancem, porque, nada será melhor para que acabe um dia o que andam para aí dizer ser cultura e tradição sem o ser. Verdadeiras tradições e cultura da nossa terra começaram a definhar desde o momento em que as entidades públicas meteram nelas o bedelho.
Deixem estar quieto o que está quieto, não abusem da qualificação "património cultural imaterial", porque alguma vez pode ser bem necessário para o que precisa mesmo de tal qualificação e nessa altura ninguém vos leva a sério. Ao que chamam "cultura" à volta das missas do parto, são apenas costumes que nem 30 anos contam, aliás, maus costumes que ajudam a manter o permanente circo de festas para tudo e nada em que há alguns anos anda a Madeira metida de Janeiro a dezembro.
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