Comentário para a missa deste fim de semana, domingo XXXI tempo comum. Pode servir para quem habitualmente vai à igreja, mas não só...
Quando conheceu Jesus, foi o que fez
Zaqueu. Afinal, fez o que reza a canção interpeladora de os «Humanos»: «Muda de
vida se tu não vives satisfeito / Muda de vida, estás sempre a tempo de mudar /
Muda de vida, não deves viver contrafeito / Muda de vida se há vida em ti a
latejar».
O coração de Jesus move-se pelo amor
misericordioso, que constantemente faz apelo à conversão e à mudança de atitude
perante os bens materiais. A resposta de Zaqueu, vibrante de alegria, expressa
que a proposta do amor é forte e faz milagres em todos os corações que O
acolhem de verdade.
A disponibilidade para o acolhimento do
amor nem sempre se faz realidade como, eventualmente, todos nós desejamos. A
multidão de coisas que a vida nos proporciona, impede-nos a visão daquilo que é
essencial e nem sempre haverá uma árvore por perto que nos permita subir para
alcançarmos melhor visibilidade sobre aquilo que é fundamental para a vida de
cada um. O medo da novidade e do diferente é sempre cerceador de muita
iniciativa, de muita opção e de muita criatividade. Libertemo-nos disso e
avancemos, «o caminho faz-se caminhando», como diz o poeta António Machado.
Pensemos no seguinte, por vezes, ainda
são muitas as coisas que se aglomeram à nossa volta. Elas são a constante
frequência para o egoísmo, que não nos permite ver o verdadeiro horizonte
revelado por Jesus, que implica uma total entrega à causa do amor pelos outros.
Não são raras as vezes, que é a soberba que nos faz engrandecer perante os bens materiais e perante
as nossas qualidades pessoais. Quando a sim é prejudicamos a vida toda e vida de todos.
Frequentemente, somos atacados pela incapacidade
para encarar o que se é, o que se tem e o que somos aptos a fazer como serviço
para os outros. Esta forma eficaz de ser Homem cristão ainda está muito aquém
do que seria possível. A resposta ao chamamento faz-se com alegria. E o desejo
de mudar de vida é o sinal consequente da descoberta da partilha proposta pelo
Reino de Cristo. Por isso, exultemos todos também porque o mesmo Cristo quer
hospedar-se na casa de todos os que o procuram com sinceridade de coração.
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