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sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Mudar de vida sempre que seja necessário

Comentário para a missa deste fim de semana, domingo XXXI tempo comum. Pode servir para quem habitualmente vai à igreja, mas não só... 
Quando conheceu Jesus, foi o que fez Zaqueu. Afinal, fez o que reza a canção interpeladora de os «Humanos»: «Muda de vida se tu não vives satisfeito / Muda de vida, estás sempre a tempo de mudar / Muda de vida, não deves viver contrafeito / Muda de vida se há vida em ti a latejar».
O coração de Jesus move-se pelo amor misericordioso, que constantemente faz apelo à conversão e à mudança de atitude perante os bens materiais. A resposta de Zaqueu, vibrante de alegria, expressa que a proposta do amor é forte e faz milagres em todos os corações que O acolhem de verdade.
A disponibilidade para o acolhimento do amor nem sempre se faz realidade como, eventualmente, todos nós desejamos. A multidão de coisas que a vida nos proporciona, impede-nos a visão daquilo que é essencial e nem sempre haverá uma árvore por perto que nos permita subir para alcançarmos melhor visibilidade sobre aquilo que é fundamental para a vida de cada um. O medo da novidade e do diferente é sempre cerceador de muita iniciativa, de muita opção e de muita criatividade. Libertemo-nos disso e avancemos, «o caminho faz-se caminhando», como diz o poeta António Machado.
Pensemos no seguinte, por vezes, ainda são muitas as coisas que se aglomeram à nossa volta. Elas são a constante frequência para o egoísmo, que não nos permite ver o verdadeiro horizonte revelado por Jesus, que implica uma total entrega à causa do amor pelos outros. Não são raras as vezes, que é a soberba que nos faz engrandecer perante os bens materiais e perante as nossas qualidades pessoais. Quando a sim é prejudicamos a vida toda e vida de todos.
Frequentemente, somos atacados pela incapacidade para encarar o que se é, o que se tem e o que somos aptos a fazer como serviço para os outros. Esta forma eficaz de ser Homem cristão ainda está muito aquém do que seria possível. A resposta ao chamamento faz-se com alegria. E o desejo de mudar de vida é o sinal consequente da descoberta da partilha proposta pelo Reino de Cristo. Por isso, exultemos todos também porque o mesmo Cristo quer hospedar-se na casa de todos os que o procuram com sinceridade de coração.

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