Comensal divino
Uma Igreja Portuguesa iluminada pelo 25
de Abril podia ser aquela que seguiria o que disse o Papa Francisco: «(…)
prefiro uma Igreja acidentada, ferida, enlameada por ter saído pelas estradas,
a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias
seguranças. Não quero uma Igreja preocupada com ser o centro, e que acaba presa
em um emaranhado de obsessões e procedimentos»; e ainda: «Mais do que temor de
falhar, espero que nos mova o medo de nos encerrarmos nas estruturas que nos
dão uma falsa protecção» (Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, n. 49).
Então vejamos as seguintes provocações
desafiadoras perante a multidão enorme de pessoas desorientadas, mergulhadas no
vazio que tantas vezes deriva de decepções religiosas:
1. Uma Igreja que não tenha medo de
entrar na noite de toda a esta gente;
2. Uma Igreja capaz de encontrá-los no caminho;
3. Uma Igreja capaz de inserir-se na sua
conversa;
4. Uma Igreja que saiba dialogar com
aqueles que vagam sem meta, com desencanto, desilusão, até mesmo do
cristianismo;
5. Uma Igreja capaz de acompanhar o
regresso a Jerusalém.
«Católica significa universal. (…) Se a
Igreja nasceu Católica, quer dizer que nasceu “em saída”, que nasceu
missionária. Se os apóstolos tivessem permanecido ali no Cenáculo, sem sair
para anunciar o Evangelho, a Igreja seria apenas daquele povo, daquela cidade,
daquele Cenáculo. Mas todos saíram pelo mundo a fora, desde o instante do
nascimento da Igreja, da descida do Espirito Santo sobre eles.
Por isso a Igreja nasceu “em saída”,
ou seja, missionaria. É isto que dizemos quando a qualificamos como apostólica,
porque o apóstolo é quem anuncia a Boa Nova da ressurreição de Jesus. (…) É
precisamente o Espírito que nos leva ao encontro dos irmãos, até daqueles mais
distantes em todos os sentidos, para que possam compartilhar connosco o amor, a
paz e a alegria que o Senhor ressuscitado nos concedeu», afirma o Papa
Francisco (Papa Francisco, Audiência Geral 17/09/2014).
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