Comentário à Missa do próximo domingo
III Tempo do Advento
Ao decorrer o Advento vamos
sendo confrontados com verbos fortes, vigiar e preparar. Neste domingo somos convidados
a acolher o desafio da partilha, com o verbo repartir. Novamente um verbo forte
repartir ou partilhar, que pela voz de João Baptista aponta como dimensão
essencial do Natal de Jesus.
O apelo de João
Baptista que, já no Advento de Jesus, nos convida a fazer o repartir alguma
coisa com quem nada tem. O mundo está cheio de injustiça, porque são muito
poucos os que têm muitos bens para viverem na abastança, no desperdício e na
riqueza desmedida; mas são muitos os que nada têm para sobreviver com a mínima
dignidade, a pobreza e com ela a fome alastra de forma terrível por todos os
lugares. E lá vamos nós vivendo com este escândalo, habitamos um mundo que
produz bens suficientes para que ninguém fosse chamado de pobre, mas não há
forma de acabar com a fome, com a miséria que afecta todas as sociedades.
As políticas actuais ao
invés de apresentarem medidas de protecção social e mecanismos de partilha que
levassem os Estados a serem solidários e a contribuírem para a acabar com a
exclusão e com todo o género de pobreza, fazem precisamente ao contrário, o que
resta de proteção dos mais necessitados está ser cruelmente retirado ou então a
sofrer investidas taxistas nesta loucura de impostos que os governantes
impiedosamente estão a levar a cabo.
O que dizer face à
corrupção e ao roubo que mina a política, a justiça e a sociedade em geral. O
nosso mundo enferma por causa da ganância, do egoísmo e do desejo de
enriquecimento fácil. Por isso, os roubos são uma realidade do dia-a-dia e a
insensibilidade em relação ao Bem-comum é regra que comanda a vida de muita
gente. Daí a pobreza e a exclusão social de uma multidão imensa. À luz do
sermão de João Baptista, Indira Ghandi, dizia: "De punhos cerrados, não se
pode apertar a mão a ninguém". Que o Advento nos abra o coração e a mãos
para partilhar a vida.
1 comentário:
Padre José Luís,meu Amigo e Irmão, o Mundo de Natal em Natal, vai ficando cada vez mais doente. A esperança dos algarismos era para ser em 2013,agora passa para 2014. A deJoão Baptista a Esperança em Cristo Jesus realiza-se desde que o Homem/mulher queiram. Basta converter o coração de pedra e transformá-loem carne. É diferente das promessas de politicos que sem escrúpulos nos matam e, pior ainda, matam o nosso desejo de viver. Jesus não é contabilista é o Senhor trans-histórico.Ultrapassa tudo e todos. Vem,Senhor Jesus e aconchega a nossa "manjedoura" o nosso presépio carnal. Jesus, segundo Pessoa, nada sabia de finanças.
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