«E, levantando-se Zaqueu, disse ao Senhor: Senhor,
eis que eu vou dar aos pobres metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho
defraudado a alguém, o restituo quadruplicado» (LC 19, 8).
Hoje
O milionário sul-africano Patrice Motsepe anunciou
ontem que vai doar metade da sua fortuna a uma fundação de solidariedade.
Natural do Soweto, a sul de Joanesburgo, Patrice
Motsepe, de 51 anos, controla o grupo mineiro African Rainbow Minerals e é a
oitava fortuna do continente africano, avaliada em 2,65 mil milhões de dólares
(cerca de 1,95 mil milhões de euros), segundo a revista norte-americana Forbes.
"As necessidades e os desafios são grandes e espero que este compromisso
encoraje outros na África do Sul e em outras economias emergentes a dar e a
fazer o mundo um lugar melhor", afirmou o milionário, num comunicado.
"Decidi há algum tempo dar pelo menos metade dos recursos gerados pelos
activos familiares para cuidar dos sul-africanos.
Curiosamente neste mês de fevereiro será publicado um livro onde se fala
destas coisas, a «Paciência com Deus», de Tomáš Halik, padre e
académico checo, livro que é lançado a 18 de fevereiro em Portugal pela editora
Paulinas. Eis um excerto que partilho convosco.
«Zaqueu poderá parecer a alguns um incorrigível
individualista, um «marginal»; ali onde as outras pessoas se mostram
imediatamente dispostas a alinhar em fileiras entusiásticas ou furiosas, ele
procura instintivamente um esconderijo entre os ramos de uma figueira. Não o
faz por orgulho, como poderia parecer; afinal, está bem ciente da sua «pequena
estatura» e das suas grandes faltas, das suas lacunas em relação a postulados e
desafios absolutos…
Há muitos Zaqueus entre nós. O destino do nosso
mundo, da nossa Igreja e da sociedade depende – mais do que estamos dispostos a
admitir –, até que ponto esses Zaqueus serão seduzidos ou não.
Eu gosto dos Zaqueus. Penso que recebi o dom de
compreendê-los. As pessoas interpretam, com frequência, a distância que os
Zaqueus mantêm como uma expressão da sua «superioridade», mas não me parece que
tenham razão – as coisas não são assim tão simples. Tenho visto, pela minha
experiência, que é antes consequência da sua timidez. Em certos casos, a razão
para a sua aversão às multidões, de modo particular às que usam slogans e
estandartes, é por suspeitarem que a verdade é demasiado frágil para ser
cantada na rua».
- Cada
um que faça o seu juízo.
1 comentário:
Bom dia Padre José Luís!
Amei o seu post e revejo-me nele.
É bem mais fácil compreender quando se descomplica.
Abraço.
José Pita
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