«Maria é modelo de união com Cristo,
vivendo imersa no mistério de Deus feito homem, como sua primeira e perfeita
discípula, meditando tudo no seu coração à luz do Espírito Santo para
compreender e pôr em prática toda a vontade de Deus» (Papa Francisco na Audiência
Geral de Quarta Feira, 24 Outubro de 2013).
Seguindo esta forma de pensar e ver
Maria de Nazaré, a 7 de Dezembro de 2011, escrevi no Banquete da Palavra o
seguinte que pode ser lido na íntegra aqui: http://jlrodrigues.blogspot.pt/2011/12/maria-de-nazare-mais-discipula-do-que.html
- «Maria,
trata-se de uma mulher activa, que vai ao encontro dos outros e resiste de pé
firme ao pé da cruz. Antes de ser a Mãe, é a discípula que escuta, mas avança
na entrega total à causa de Jesus.
Se esta visão
sobre Maria de Nazaré fosse mais rezada, celebrada pelo mundo cristão, as
mulheres teriam o seu verdadeiro lugar nas igrejas e estariam em plena
igualdade face aos homens. Não haveria acepção de pessoas. Os sacramentos
seriam para todos, especialmente, o Sacramento da Ordem que continua vedado às mulheres.
Ora, uma reviravolta enorme no pensamento e na mentalidade dos cristãos.
O que se diz ou
prega sobre Maria de Nazaré reveste-se de uma desumanidade impressionante. A
iconografia mariana é disso um exemplo. As imagens que se contemplam de Maria
de Nazaré, revelam uma mulher assexuada, nada próxima da condição do ser
mulher. Um rosto sempre tristonho, cabisbaixo e de mãos sempre voltadas para o
céu como se o inferno estivesse aí junto aos pés. Esta visão do ser mulher em
nada tem que ver com a condição feminina e não espelha a dignidade que esta
condição expressa de riqueza e diversidade. A feminilidade ainda continua a ser
um perigo para as igrejas profundamente masculinizadas que a tradição máscula
arquitectou baseada na imbecilidade de se dizer que é a vontade de Deus. A
divinização de tais argumentos é um sacrilégio e uma ofensa ao Deus da
universalidade bem patente no Evangelho da Cananeia e no diálogo extraordinário
de Jesus com a Samaritana junto ao poço de Jacob».
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