Mesa da palavra
Comentário à missa do próximo domingo
XXIX Tempo Comum, 20 de Outubro de 2013
Os fariseus de todos os tempos
preocupam-se com minúcias e desprezam sempre o fundamental. Estes não se
interessam com o bem de todos, sobretudo, os mais pobres e os abandonados. O
poder e o domínio sobre os demais sobrepõe-se a tudo o que seja partilha e compaixão
pelas necessidades dos outros. As comunidades de Lucas, parece estarem
contaminadas com este mal. Então, temos fariseus escravos da vaidade e do
orgulho... Os Sepulcros caiados, repletos de hipocrisia e corrupção. A seguir,
temos os juristas e escribas em vez de guias, que se converteram em ditadores
da opressão. Não são os mestres do jugo suave e da carga leve, mas os monstros
dos fardos pesados exclusivamente para os outros.
Coisas que encaixam que nem uma luva neste tempo
em que vivemos. Os pretensos doutores que nos desgovernam só, parece, que sabem
fazer o seguinte, aumentar e cortar. Aumentar impostos para o povo em geral
pagar e cortar no elementar direito à educação e à saúde. Mas, eles são os
intocáveis. As benesses são infindas, os salários, as reformas duplas mantém-nas
sem que ninguém lhes toque nem com a ponta do dedo. Os fardos deste tempo, que Jesus critica abertamente.
Porém, ao lado deste quadro de
prepotência e cegueira está Jesus, que nos apresenta um Deus cheio de compaixão
e amor para com todos, especialmente, os fracos, os simples, os pobres e os
abandonados. Daí que tenhamos um Jesus respeitador da letra da lei, mas que diz
que a primazia pertence à justiça e ao amor, «E Deus não havia de fazer justiça
aos seus eleitos»?
Nós, os cristãos, devemos libertar-nos
de todos os esquemas legalistas e procurar o caminho de Jesus de Nazaré que nos
torna filhos de Deus cheios de liberdade. A verdadeira lei é Jesus Cristo, que
se define com um amor total aos homens e mulheres de todos os tempos, a quem
fez irmãos. Deste modo, a oração consiste em acolher esta oferta de Jesus, a
seguir, empenhar-se na construção do mundo e da vida segundo a lógica de Deus.
Afinal, para que serve a oração? - Para pedir favores a Deus... Não apenas, mas
para descobrir qual é o pensar de Deus, conjugá-lo com o nosso e depois agir
com coragem e confiança, procurando as melhores soluções sem nunca perder a
certeza de que o amor de Deus está sempre presente.
A oração, serve para
libertar e nunca é uma obrigação opressiva de fórmulas rituais anacrónicas e
sem sentido nenhum para a vida concreta. A oração é importante na medida em que
se torna sinal da criatividade pessoal de cada um/a na sua relação com um Deus
amigo e compassivo.
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