Antes de tudo, o
que é o acossado?
- É o perseguido; o acusado; o instigado; o castigado...
Há um filme
magnífico de Jean Luc Godard de 1960 que nos dá uma ideia interessante do que é
um acossado.
Vamos então à sinopse do filme. Após roubar um carro
em Marselha, Michel Poiccard (Jean-Paul Belmondo) viaja para Paris. Pelo
caminho mata um polícia, que tentou prendê-lo por excesso de velocidade, e já
em Paris obriga a hesitante Patrícia Franchisi (Jean Seberg), uma estudante
americana com quem se envolve, para escondê-lo até receber o dinheiro que alguém
lhe deve. Michel promete a Patrícia que irão juntos para a Itália, no entanto o
crime de Michel está nos jornais e agora não há opção. Ele fica escondido no
apartamento de Patrícia, onde conversam, namoram, ele fala sobre a morte e ela
diz que quer ficar grávida dele. Ele perde a consciência da situação na qual se
encontra e vagueia pela cidade cometendo pequenos delitos, mas quando é visto
por um informador começa o final da sua trágica perseguição. Porém, tudo enquanto durou foi bom.
Onde é que eu já vi histórias semelhantes? - Cada um
que dê largas à sua imaginação, mas sem exagerar muito, porque Santa Teresa do
Menino Jesus dizia que a imaginação é a louca da casa. Pela esquizofrenia dos
acossados da praça, fica provada a constatação da santa...
Mas, esta descrição se não fosse um filme podia ser
encaixada na nossa terra e servir para descrevermos o que se está a passar. Não
era preciso ser bruxo para adivinhar que ao fim de quase 40 anos de vitórias
que resultavam de campanhas bem oleadas, de barulho ensurdecedor que
impressionava os fanáticos e todos os outros mesmo que fossem mais discretos e não
andassem a visitar todas as capelas da liturgia da fartura que conduzia ao céu.
Agora as farturas, vingativamente, acabam na Meia Serra.
Porque chegaram a vez das derrotas... E agora? - Então
temos um bando imenso de acossados, que revelam mau perder como se fosse
obrigatório ganharem sempre. Mais ainda notamos que o delírio é transversal a
todas as instituições da Madeira. O sabor amargo da derrota e a preocupação
quanto à perda do amparo para o futuro do deus com pés de barro todo poderoso
da Singapura do Atlântico, fez nascer acossados por todo o lado, que à boa maneira
do costume desatam a atirar balas para os alvos de sempre. Falta de criatividade.
Será? Ou antes seguidismo à boa maneira do lugar onde a mediocridade assim o
exige? - Não sei, cada um que fique com a sua...
O que há, então? - Vamos a eles! - A comunicação
social hostil mais aqueles jornalistas e colaboradores, que a família Blandy
aconchega debaixo das suas asas como a galinha quando abafa os seu pintos. Mas
quem sabe também se a maçonaria não anda por aí camuflada a semear desordem na
cabeça do povo juntamente com aquela cambada que nos desgoverna em Lisboa?; mas
quem sabe ainda se não é o fantasma do Sócrates que depois de vir à Madeira
derramar uns milhões ao abrigo da lei de meios depois daquela tragédia que foi
o 20 de Fevereiro de 2010, «raios o parta», daí prá nunca mais nos
endireitamos, foi sempre de cabeça à baixo...
- Estas apenas as que me lembro agora, mas dizem prá aí que há um rol
enorme de forças secretas que andam a estragar isto tudo e a inquietar todos os
que estes anos engordaram agarrados à teta.
O mais interessante, é que se acossam não só os
pacóvios indígenas, nados e criados, na gema e na clara da Madeira. Mas, também
os outros que antes de chegarem ou até mesmo à chegada, emprestam alegria,
promessas de mundos e fundos, que entusiasmam até os mortos a tal ponto que não
faltavam uma vez que fosse no dia das eleições para votar, claro que todos
sabem em quem, não preciso dizer.
Eles são Representantes da República, chefes de
polícias, magistrados, antistes, professores, militares, frades e freiras,
noivos e noivas, empregados de serviços, turistas, trabalhadores, vadios... E
tantos os que o rectângulo envia à procura de melhores condições de vida ou
então em missão de serviço a mando de alguma causa ou instituição. Numa palavra,
todos vinham à procura do «el dourado», como qualquer triste emigrante que se
desterra convencido que lá na outra margem está o paraíso. Por isso, chegam
promissores, mas rapidamente entram no esquema e aprendem logo como é que se
faz. Querem lá saber se já foram cubanos e outros nomes que este blogue acha
que não se deve escrever para não ferir susceptibilidades.
Eu sei lá, uma infinidade de coisas deste passado
recente, que as derrotas vieram acossar e destapar todos os maus génios. Mais
ainda, se repara que esta mania de culpar tudo e todos para não assumir
responsabilidades sacudindo a água do capote, fez escola e pelo andar da coisa,
o andor ainda não saiu à porta do adro.
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