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segunda-feira, 7 de outubro de 2013

O acossado

Antes de tudo, o que é o acossado? - É o perseguido; o acusado; o instigado; o castigado...
Há um filme magnífico de Jean Luc Godard de 1960 que nos dá uma ideia interessante do que é um acossado.
Vamos então à sinopse do filme. Após roubar um carro em Marselha, Michel Poiccard (Jean-Paul Belmondo) viaja para Paris. Pelo caminho mata um polícia, que tentou prendê-lo por excesso de velocidade, e já em Paris obriga a hesitante Patrícia Franchisi (Jean Seberg), uma estudante americana com quem se envolve, para escondê-lo até receber o dinheiro que alguém lhe deve. Michel promete a Patrícia que irão juntos para a Itália, no entanto o crime de Michel está nos jornais e agora não há opção. Ele fica escondido no apartamento de Patrícia, onde conversam, namoram, ele fala sobre a morte e ela diz que quer ficar grávida dele. Ele perde a consciência da situação na qual se encontra e vagueia pela cidade cometendo pequenos delitos, mas quando é visto por um informador começa o final da sua trágica perseguição. Porém, tudo enquanto durou foi bom.
Onde é que eu já vi histórias semelhantes? - Cada um que dê largas à sua imaginação, mas sem exagerar muito, porque Santa Teresa do Menino Jesus dizia que a imaginação é a louca da casa. Pela esquizofrenia dos acossados da praça, fica provada a constatação da santa...
Mas, esta descrição se não fosse um filme podia ser encaixada na nossa terra e servir para descrevermos o que se está a passar. Não era preciso ser bruxo para adivinhar que ao fim de quase 40 anos de vitórias que resultavam de campanhas bem oleadas, de barulho ensurdecedor que impressionava os fanáticos e todos os outros mesmo que fossem mais discretos e não andassem a visitar todas as capelas da liturgia da fartura que conduzia ao céu. Agora as farturas, vingativamente, acabam na Meia Serra.
Porque chegaram a vez das derrotas... E agora? - Então temos um bando imenso de acossados, que revelam mau perder como se fosse obrigatório ganharem sempre. Mais ainda notamos que o delírio é transversal a todas as instituições da Madeira. O sabor amargo da derrota e a preocupação quanto à perda do amparo para o futuro do deus com pés de barro todo poderoso da Singapura do Atlântico, fez nascer acossados por todo o lado, que à boa maneira do costume desatam a atirar balas para os alvos de sempre. Falta de criatividade. Será? Ou antes seguidismo à boa maneira do lugar onde a mediocridade assim o exige? - Não sei, cada um que fique com a sua...
O que há, então? - Vamos a eles! - A comunicação social hostil mais aqueles jornalistas e colaboradores, que a família Blandy aconchega debaixo das suas asas como a galinha quando abafa os seu pintos. Mas quem sabe também se a maçonaria não anda por aí camuflada a semear desordem na cabeça do povo juntamente com aquela cambada que nos desgoverna em Lisboa?; mas quem sabe ainda se não é o fantasma do Sócrates que depois de vir à Madeira derramar uns milhões ao abrigo da lei de meios depois daquela tragédia que foi o 20 de Fevereiro de 2010, «raios o parta», daí prá nunca mais nos endireitamos, foi sempre de cabeça à baixo...  - Estas apenas as que me lembro agora, mas dizem prá aí que há um rol enorme de forças secretas que andam a estragar isto tudo e a inquietar todos os que estes anos engordaram agarrados à teta.
O mais interessante, é que se acossam não só os pacóvios indígenas, nados e criados, na gema e na clara da Madeira. Mas, também os outros que antes de chegarem ou até mesmo à chegada, emprestam alegria, promessas de mundos e fundos, que entusiasmam até os mortos a tal ponto que não faltavam uma vez que fosse no dia das eleições para votar, claro que todos sabem em quem, não preciso dizer.
Eles são Representantes da República, chefes de polícias, magistrados, antistes, professores, militares, frades e freiras, noivos e noivas, empregados de serviços, turistas, trabalhadores, vadios... E tantos os que o rectângulo envia à procura de melhores condições de vida ou então em missão de serviço a mando de alguma causa ou instituição. Numa palavra, todos vinham à procura do «el dourado», como qualquer triste emigrante que se desterra convencido que lá na outra margem está o paraíso. Por isso, chegam promissores, mas rapidamente entram no esquema e aprendem logo como é que se faz. Querem lá saber se já foram cubanos e outros nomes que este blogue acha que não se deve escrever para não ferir susceptibilidades.
Eu sei lá, uma infinidade de coisas deste passado recente, que as derrotas vieram acossar e destapar todos os maus génios. Mais ainda, se repara que esta mania de culpar tudo e todos para não assumir responsabilidades sacudindo a água do capote, fez escola e pelo andar da coisa, o andor ainda não saiu à porta do adro.

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