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sexta-feira, 6 de junho de 2014

A uniformidade e a rigidez na Igreja Católica

A homilia de ontem na casa Santa Marta (5 junho de 2014) do Papa Francisco, vai ficar como marco importante do seu pontificado, porque aponta um caminho interessante para a postura que toda a Igreja Católica é chamada assumir perante as pessoas face às situações de vida que apresentam. 
Esta frase deve calar fundo no nosso coração e deve ser como luz diante dos passos da nossa vida: «A uniformidade. A rigidez. São rígidos! Não têm aquela liberdade que o Espírito Santo dá. E confundem aquilo que Jesus pregou no Evangelho com a doutrina deles de igualdade. E Jesus nunca quis que a sua Igreja fosse rígida. Nunca. E essas pessoas, por esta atitude, não entram na Igreja. Declaram-se cristãos, católicos, mas sua atitude rígida os afasta da Igreja». Há elementos assim dentro e fora da Igreja.
Sobre o que há dentro lembro o seguinte, então não tem sido terrível a marginalização das pessoas no que diz respeito à comunhão eucarística, as recusas perante a vontade da multidão de pessoas que desejavam ou desejam receber os sacramento, mas só porque não cumpriam todos os trâmites legais ficavam de fora? E o mal imenso feito a tantos jovens que se aproximam da Igreja a pedir o sacramento do Crisma, mas só porque não cumpriram 10 anos de catequese foram postos foram? E tantas outras perguntas que se podiam colocar acerca de tantas situações que geram revoltas, rancores e estigmas que ficam para toda a vida. Aqui está a reflexão do Papa quanto a essas atitudes que se tomaram em «nome de Deus» mas contra o Evangelho e contra a dignidade humana. Eis um pecado que a Igreja deve penitenciar-se exaustivamente e pedir perdão a todas as vítimas.
Mas há mais. O Papa afirmou o seguinte também: «Eu entro na Igreja, mas com esta ideia, com esta ideologia. E assim a sua pertença à Igreja é parcial. Também eles têm um pé fora da Igreja. Também para eles a Igreja não é casa própria. Alugam a Igreja a um certo ponto. Eles não estavam presentes no início da pregação evangélica! Pensemos nos gnósticos que o Apóstolo João repreende fortemente ‘Somos... sim católicos, mas com estas ideias’. Uma alternativa. Não compartilham aquele sentimento próprio da Igreja». E continua o Papa Francisco: «Aproveitadores, nós os conhecemos bem, existem desde o início: Simão o mago, Ananias e Safira, que se aproveitavam da Igreja para os seus interesses próprios. Nós os vimos nas comunidades paroquiais, dioceses, congregações religiosas, em benfeitores da Igreja... são muitos! Vangloriam-se de serem benfeitores, mas do outro lado da mesa, fazem os seus negócios. Eles também não sentem a Igreja como mãe, como sua. Jesus disse: “Não, a Igreja não é rígida, uma ou única: a Igreja é livre!”». Um alerta importante que vai enformando a ideia da reforma que o Papa pretende que se faça para todos e com todos.
A Igreja é o lugar para todos, onde todos se expressam livremente, sem que se prejudique ninguém. Esta procura deve ser a nossa atitude constante, permitindo que o Espírito Santo, vá se manifestando em cada pessoa com as suas alegrias e tristezas, a sua coragem e desânimos, o seu desespero e a sua esperança e por isso e com isso todos contribuam para a alegria do ser cristão, procurando servir sempre pelo melhor o caminho da justiça, do bem comum e da dignidade humano.    

1 comentário:

José Leite disse...

A Igreja por vezes envereda pela via do economicismo. É sinal (mau sinal) dos tempos...

Certos prelados exigem pagamentos até pela catequese. Será que Cristo o fazia no seu tempo?!