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segunda-feira, 9 de junho de 2014

Restauro da Capela Mor da Sé do Funchal – uma saída limpa

Esta segunda-feira (9 Junho 2014) realizou-se na Sé Catedral do Funchal a inauguração do restauro do Retábulo e cadeiral da Capela Mor. Este restauro durou um ano a ser feito a expensas do World Monuments Fund - Portugal (WMF-P) - 219.000,00; a Direção Regional dos Assuntos Culturais (DRAC) - 128.000,00 € e nos papéis ainda informa que a Diocese do Funchal entrou com algum. (Porém, pelo que dizem prá aí, os  míseros 25.000 colocados pela Igreja da Madeira não vieram da Diocese, mas da conta da Sé. Se são apenas as más-línguas a trabalhar, encerramos aqui o assunto, se não, então, o seu a seu dono).
Nada de especial a cerimónia além de um rol enorme de agradecimentos e louvores a uns e a outros. Porém, restou tempo para um anúncio e mais uma pedincha do Dr. Alberto João Jardim. Pediu mais dinheiro para restaurar o tecto da Sé à WMF-P.
O anúncio, é que já não será ele a inaugurar mais esse futuro restauro do tecto da Sé, porque já está "nisto" há muito tempo, disse. Parece que já vai percebendo. Será? - Mas quem sabe se queria antes dizer que já não será ele a inaugurar porque ninguém dentro e fora do partido quer que seja ele e estão loucos para o verem longe daqui? - Há desabafos que anunciam mais pelo que não é dito, mas pelo que representam, ainda mais se tivermos em conta que se estava num ambiente tão inspirativo como é a Sé do Funchal.
Face a esta pedincha chique, pensava para mim, os outros que pediam à porta uma miserável moeda para comprar pão, não o podiam fazer ali, porque ía passar suas excelências, este pede do altar abaixo pedir o que lhe apetecer que ninguém o escorraça e ainda lhe batem palmas. Porém, honra lhe seja feita, o homem alertou que estão a bater palmas a um político no interior de uma Igreja, «ainda se arranja um sarilho prá aí». Estava a fazer alusão àquela fez em que na tomada de posse do Patriarca de Lisboa, os incultos cubanos fartaram-se de bater palmas ao Passos Coelho e ao Paulo Portas no interior da Igreja do Mosteiro dos Jerónimos. Raio da peste, esta foi bem metida…
Caros leitores, como podem reparar não virei costas ao homem, como ele já uma vez me fez em São Roque no casamento da ilustre deputada ao parlamento Europeu Cláudia Monteiro de Aguiar, quando me dirigi para o ambão a fim de pronunciar a homilia… Os gestos ficam para quem os fazem, é isso!
Já aludi à pedincha neste texto. Explico-me. Faço aqui constar que o pior não entra nas crónicas deste distinto evento da comum união dos senhores do tempo e do templo, muito menos constará certamente nas notícias de amanhã. A porta da Sé foi literalmente limpa para fazer passar as entidades convidadas para o evento. Os pobres que habitualmente fazem o seu poiso por ali a pedir umas míseras moedinhas foram enxotados pela Polícia de Segurança Pública. A porta da Sé tinha que estar limpa, para que os «fazedores» de pobres não tivessem que ver quem ali estende a mão todos os dias.  O brilho do retábulo que testemunha o brio dos 500 anos, a iluminação elogiada por todos, a beleza do conjunto e a catequese inspiradora dos vários quadros bíblicos que a Capela Mor da Sé do Funchal deixa transpirar não conjugam com maltrapilhos, estepilhas espojados na porta da Sé a pedir esmolas, pelo menos neste dia… Fora com essa gente. 
Misérias, mete-se debaixo do tapete porque a hora é de mostrar só o bonito. Aliás coisa que foi bem salientada nos vários discursos. Ainda mais ficou dito e bem dito, esta semana de festejos vai passar totalmente ao lado dos «toscos que se contorcem de inveja porque esta Diocese já foi a maior do mundo», dixit Presidente do Governo Regional da Madeira, como se este feito fizesse a Madeira dos nossos dias ser mais feliz. 
Mas vamos ao que interessa. O restaura do conjunto da Capela Mor não envergonha ninguém. Está realmente bonito, bem iluminado... Estamos perante uma saída limpa, como se diz agora. E assim, vamos nós contando 500 anos de Igreja onde parece salientar-se mais o requinte, o brilho, os retábulos ricamente ornados e requintados. Quanto às ovelhas negras e mal cheirosas não entram no quadro, porque os homens do templo e do tempo não se passeiam com estepilhas mal amanhados nos corredores do poder. E quanto a isso, pode o Papa Francisco bradar até à saciedade que os pastores religiosos ou não devem sentir o cheiro das ovelhas, que por cá a música e a iluminação serão sempre outras.
Também saliento e louvo o livro lançado ontem no claustro da Igreja do Colégio: «Diocese do Funchal, Oragos e paróquia», uma edição bilingue com textos do Padre António Héctor Figueira e Fotografias de David Francisco. Um percurso interessante sobre as Paróquias e os seus oragos, que pode ser de grande utilidade. Não percam! 

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