Eis aqui também algumas passagens transcritas pelo Jornal espanhol «La Vanguardia»:
«EU
CREIO QUE JESUS QUER QUE OS BISPOS NÃO SEJAMOS PRÍNCIPES, MAS SERVIDORES» (Papa
Francisco ao Jornal espanhol «La Vanguardia»).
REVOLUÇÃO
= VOLTAR ÀS RAÍZES
«Para mim, a grande revolução é ir às raízes, reconhecê-las e ver o que essas
raízes têm a dizer ao dia de hoje. Não há contradição entre ser revolucionário
e ir às raízes. Mais ainda, creio que a maneira de fazer verdadeiras mudanças é
ir à identidade. Nunca se pode dar um passo na vida se não é desde atrás, sem
saber de onde venho, que sobrenome tenho, que sobrenome cultural ou religioso
tenho» (Papa Francisco ao Jornal espanhol «La Vanguardia»).
A ESTRUTURA
MENTAL DO FUNDAMENTALISMO É VIOLÊNCIA EM NOME DE DEUS
A violência
em nome de Deus não corresponde ao nosso tempo. É algo antigo. Com perspectiva
histórica é preciso dizer que nós cristãos, às vezes, a praticamos. Quando
penso na guerra dos Trinta Anos, era violência em nome de Deus. Hoje é
inimaginável, não é verdade? Chegamos, às vezes, pela religião a contradições
muito sérias, muito graves. O fundamentalismo, por exemplo. Nas três religiões
(Judaísmo, Cristianismo e Islã – nota do tradutor) temos nossos grupos
fundamentalistas. Pequenos em relação ao todo. Um grupo fundamentalista, ainda
que não mate ninguém, ainda que não bata em ninguém, é violento. A estrutura
mental do fundamentalismo é violência em nome de Deus» (Papa Francisco ao
Jornal espanhol «La Vanguardia»).
PERSEGUIÇÃO RELIGIOSA
«Os
cristãos perseguidos são uma preocupação que me afeta de perto como pastor. Em
alguns lugares está proibido ter uma Bíblia ou ensinar o catecismo ou ainda
levar uma cruz... O que quero deixar claro é uma coisa: estou convencido de que
a perseguição contra os cristãos hoje é mais forte que nos primeiros séculos da
Igreja. Hoje há mais cristãos mártires que naquela época. E não é fantasia, são
números» (Papa Francisco ao Jornal espanhol «La Vanguardia»).
A IDOLATRIA
DO DINHEIRO
«Creio que estamos num sistema econômico mundial
que não é bom. No centro de todo sistema econômico deve estar o homem, o homem
e a mulher, e tudo mais deve estar ao serviço deste homem. Porém nós temos
posto o dinheiro no centro, o deus dinheiro. Temos caído num pecado de
idolatria, a idolatria do dinheiro. A economia se move pelo afã de ter mais e,
paradoxalmente, se alimenta uma cultura do descarte. Descarta-se as crianças
quando se limita a natalidade. Também se descarta os anciãos porque já não
servem, não produzem, são uma classe passiva… Ao descartar as crianças e os
anciãos, descarta-se o futuro de um povo porque as crianças vão puxar com força
pra frente e porque os anciãos nos dão a sabedoria, têm a memória desse povo e
devem transmiti-la às crianças. E agora também está na moda descartar a os
jovens com o desemprego. A mim me preocupa muito o índice de desemprego
juvenil, que em alguns países supera os 50%. Alguém me disse que 75 milhões de
jovens europeus menores de 25 anos estão desempregados. É uma barbaridade.
Descartamos toda uma geração para manter um sistema econômico que já não se
aguenta, um sistema que para sobreviver deve fazer a guerra, como fizeram
sempre os grandes impérios. Mas, como não se pode fazer a Terceira Guerra
Mundial, então se fazem guerras regionais. E isso o que significa? Que se
fabricam e se vendem armas, e com isso os balanços das economias idolátricas,
as grandes economias mundiais que sacrificam o homem aos pés do ídolo do
dinheiro, obviamente se saneiam. Este pensamento único nos tira a riqueza da
diversidade de pensamento e portanto a riqueza de um diálogo entre pessoas. A
globalização bem entendida é uma riqueza. Uma globalização mal entendida é
aquela que anula as diferenças. É como uma esfera, com todos os pontos
equidistantes do centro. Uma globalização que enriqueça é como um poliedro,
todos unidos mas cada qual conservando sua particularidade, sua riqueza, sua
identidade, e isto não acontece» (Papa Francisco ao Jornal espanhol «La
Vanguardia»).
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