O debate político nesta campanha como
seria de esperar não existiu, porque os partidos políticos não quiseram e a
lógica da luta pelo poder também não alinha por aí. É algo que os cidadãos
responsáveis consideram ser muito importante, os partidos políticos ávidos de
tachos e loucos pelo poder não lhes interessa nada o debate das ideias e muito
menos o escrutínio das propostas e das suas opções no exercício do poder se
forem eleitos.
Por isso, tivemos o domínio diário das
sondagens, que serviam para os líderes partidários alinhavarem as inutilidades
que debitavam nos seus inúteis discursos nos comícios e arruadas. Também foram
o prato principal dos comentadores dos diversos órgãos de informação.
As sacrossantas sondagens foram impondo,
cada uma mais certa que a outra, que estivámos aí no empate técnico entre duas
forças partidárias ou que havia uma subida ou descida de um ponto, dois ou mais
deste partido ou daquele. O que tivemos foi antes um festim que redundou numa
pobreza generalizada. Porque todos foram tomados pela loucura das sondagens.
Elas foram o centro da campanha eleitoral. Tomaram conta de tudo.
Por isso, podemos dizer que temos a nova
ditadura das sondagens, que na noite eleitoral, espero, que todas tenham uma
clara derrota para bem da saúde democrática e para o nosso equilíbrio mental.
Não há outra forma de combater este estado de coisas senão por aí, pela lucidez
e responsabilidade dos cidadãos eleitores. Espero por essa maturidade democrática
no dia das eleições. Pode ser esperar muito, mas prefiro estar assim.
A comunicação social, obviamente, que
fez o seu trabalho, mas também dominada por esta loucura das sondagens diárias,
fez um frete aos partidos políticos e permitiu que não fossem escrutinadas como
deviam as propostas e as promessas de cada um. Quem se lembra do pé para a mão de
uma promessa, mesmo que estapafúrdia, feita por qualquer partido político? –
Estou assim, não me lembro de nenhuma.
Portanto, vamos muito mal para estas
eleições. Até à hora de segurar o extenso boletim de voto vamos com a maior das
incertezas e ofuscados por tantos números e por tantas seguranças que as sondagens
foram ditando ao longo destes dias e que os comentadores foram desbravando como
se fossem uma escritura dominadora do futuro que eles viram cristalinamente.
Perante este contexto, vamos por algumas horas abstrairmo-nos desta
poluição, centrarmos a nossa análise naquilo que temos vivido e decidir com
verdadeira consciência. Precisamos de derrotar todas as sondagens para que nos
centremos na verdade democrática contra todas as tentativas que nos querem
impor, que sujam a sanidade metal e condicionam as nossas vidas com ruídos que
não servem para nada. Acordemos e não permitamos que nos comandem os dias com
miséria em cima de miséria.
1 comentário:
Padre José Luís Rodrigues, Amigo e Irmão, estamos em plena ditadura .Estas sondagens só fazem desmobilizar o eleitorado. Esta direita revanchista só quer chegar o poder, para esmagar mais os pobres, os velhos, as crianças e prosseguir a sua política de privatizações, para dar tachos aos seus apaniguados militantes e simpatizantes e votantes. BFS, grande abraço
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