Qualquer coisinha serve para aparecer. Que o
fizessem por si mesmos e por causa de si mesmos nada diria, porque todos os
cidadãos têm direito a aparecer na comunicação social. Mas, fazerem-no em nome
daquilo que lhes é confiado pelos cidadãos destinado aos pobres, acho
indecente. Mentes que brilham em nome da tristeza e infortúnio dos outros, a
pobreza.
Quanto ao Banco Alimentar para já não tenho nada a dizer. É ainda a única instituição desta área que ainda me inspira alguma
confiança. E o facto de fazer uma ligação a todas as instituições que ajudam os
mais necessitados sem discriminação, faz-me acreditar alguma coisa.
Quanto à Cáritas
Diocesana do Funchal, levanta-me uma série de dúvidas. Nenhum pobre que tenho
enviado para a Cáritas veio de lá satisfeito, sempre trás consigo uma carga de
revolta pela burocracia que lhe foi imposta e pelas negas. Ainda há bem pouco tempo sei de um
caso de uma família, que conheço muito bem, que passa fome, para receber umas coisitas da cáritas uma pessoa minha amiga teve que fazer uma «guerra», como se
diz na gíria, teve que falar grosso. Por aqui avalio o que devem ser as
restantes pessoas ajudadas. Consta que os escolhidos a dedo não têm dificuldade nenhuma
em receber. Também consta que estão por aí armazéns cheios de coisas a ficarem
podres.
Mais dois aspectos.
Fala-se alto e bom som que a Cáritas «faz cruzamento de dados». Onde anda a lei que permite
que uma instituição da Igreja Católica faça cruzamento de dados, quer dizer que
vasculhe a vida privada dos pobres, só porque são pobres e não têm ninguém nem meios
para se defenderem? Parece, que estamos perante uma atitude pidesca que brada
aos céus. Acho isto grave e torço para que apareça alguém com coragem para
chamar a Cáritas à barra do tribunal para explicar em que lei se baseia para
«fazer cruzamento de dados».
A seguir, onde vai parar
o dinheiro que a Diocese do Funchal recolhe todos os anos num fim-de-semana nos
ofertórios de todas as missas celebradas na Diocese? Este bolo não chegaria
para a Cáritas realizar a sua acção durante todo o ano, se fosse uma instituição
pobre, amiga dos mais pobres dos pobres e que não funcionasse como uma empresa,
mas como uma instituição à medida daquilo que se espera de uma instituição de
caridade ligada à Igreja Católica? Quanto a estas dádivas feitas nos ofertórios das Eucaristias também sei que os fiéis costumam ser generosos...
Onde pára o fundo
solidário criado recentemente pela Diocese do Funchal para ajudar as vítimas da
crise e os novos pobres?
À minha conta nenhuma
instituição, mesmo que seja a mais religiosa de todas não receberá um cêntimo que
seja, se as pessoas que as dirigem não inspirarem confiança e se fazem das instituições
que representam meios para alimentarem privilégios ou vaidades pessoais. E também parece não ser honesto não haver transparência com quem faz as dádivas...
A melhor caridade é
aquela que não se fala. A que é feita entre família, entre vizinhos e em pequenos
grupos que felizmente existem por tantos lugares e que pensam nos pobres todos
os dias do ano e não apenas nos momentos de campanhas e no mês de Dezembro.
Penso, que se não fosse esta caridade a tristeza e a desgraça de muitas
famílias ainda seria muito maior.
Neste momento esfregam as mãos de contentes as redes de supermercados que nestes dias fizeram um bom negócio e o Estado está radiante porque nos seus cofres entrou uma boa pipa de massa de impostos e as instituições que encheram os seus armazéns também irradiam felicidade porque se alimentaram para uns bons meses fazerem chacota de quem lhes estende a mão e brilharem, brilharem, brilharem... Tudo à conta de uma matéria prima chamada pobres.
Neste momento esfregam as mãos de contentes as redes de supermercados que nestes dias fizeram um bom negócio e o Estado está radiante porque nos seus cofres entrou uma boa pipa de massa de impostos e as instituições que encheram os seus armazéns também irradiam felicidade porque se alimentaram para uns bons meses fazerem chacota de quem lhes estende a mão e brilharem, brilharem, brilharem... Tudo à conta de uma matéria prima chamada pobres.
5 comentários:
Está de Parabens, alguem tem que elucidar o povo madeirense principalmente aos mais necessitados, é uma burocracia para conseguirmos algo para matar a fome alguém. Será que o nosso Responsável da nossa Diocese não sabe o que se passa? É preciso averiguar.ms
Obrigado Manuela. Como sabemos bem destas burocracias. A sua partilha é preciosa, surpreendeu-me. Tudo de bom.
E, já somos dois. Não dou para peditórios.Como todos os anos tenho feito e uma vez que não iria de propósito a um supermercado, faço, on line, o donativo para o Banco Alimentar. Para a Caritas Diocesana nem pó. Depois entregam à SS que com a "ajuda" dos polícos faz distribuição aos caixotes. Família com 2 pessoas leva 10 garrafas de óleo, 12 kg arroz etc. Depois alimentam as galinhas....
Hoje fiz a 1ª faxina caseira, o andar de cima, na 4ª fª o de baixo. Acho que já estou podre....
Tenho artigo p/escrever p/ Domingo e ainda não sei uma linha. Olho à volta e desiludo-me...
Abraço.Vou lendo a sua opinião, com a qual tenho sido concordante.
Tudo de bom Amigo
http://tukakubana.blogspot.com/
Uiiii, que desassombro!!! Parabéns
Concordo consigo em relação aos seus considerandos sobre a Cáritas...eu também fiquei pasmado como pode a Cáritas fazer cruzamento de dados...sempre que posso leio o Banquete da Palavra para tar informado ...a Diocese devia ser mais transparente e o seu Fundo devia ajudar muita gente que ficou sem nada, casais desempregados que aumentam todos os dias. A crise económica já faz parte do léxico de muitos portugueses. Abraço fraterno...David Mendonça
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