Estão circular na internet até à saciedade várias imagens que demonstram as diferenças entre os dois Papas, Bento XVI e Francisco, na forma como encaram o poder Papal e na aceitação ou recusa dos ornamentos que revestem a figura do Papa. Por sinal muito requintada em Bento XVI e mais pobre, humilde e sóbria no Papa Francisco. Mas, que culpa tenho eu que assim seja? - Já tinha previsto que isto ia dar bronca até se notar que alguns andam profundamente incomodados e irritados com isso. Está a ser pretexto para vir ao de cima um certo fundamentalismo.
A mim não me incomoda nada que se façam as diferenças, se são reais e as imagens falam por si, que se há-de fazer... O que sei é que há imagens que valem mil palavras, isto é, neste caso 10 milhões de palavras. Mas que fique claro não sou eu que construo tais imagens nem muito menos ando a descrever as diferenças, aliás, nem precisam de ser escrita, basta ter olhos para ver.
A segunda parte da crónica do Professor Anselmo Borges de hoje no Diário de Notícias de Lisboa descreve muito bem a imagem e a mensagem que nos tem transmitido o Papa Francisco. Aliás o que importa mesmo neste momento. Alguns não gostam, pois claro, mas que culpa tenho eu? - Vá lá contentem-se também me incomodei e até me irritei com algumas coisas nos tempos de outros Papas. Mas que hei-de fazer, é assim a vida, é assim a Igreja, que podemos fazer contra isso?... Concentremo-nos no que importa mesmo, o restante Deus fará...
Professor Anselmo Borges, no Diário de Notícias de Lisboa, 15 de Junho de 2013....
«2. Quando no passado dia 13 de Março o Papa Francisco apareceu à multidão,
simples, quase tímido, inclinando-se e pedindo a bênção e a oração dos fiéis,
muitos pensaram que podia vir aí um novo João XXIII. E não têm faltado sinais a
confirmar a intuição. Ficou na Casa de Santa Marta, evitando os apartamentos
pontifícios; não se esquece dos pobres; anuncia sem cessar o amor, a
misericórdia e o perdão de Deus; quer a transparência na Igreja; critica o
carreirismo eclesiástico; beija as crianças e os deficientes; recebe sem pompa e
senta-se no meio do povo, depois de celebrar a Missa; lavou os pés a mulheres,
incluindo uma muçulmana... Pela simplicidade, cordialidade, serviço, Francisco
conquistou a simpatia de todos, crentes e não crentes. O Evangelho avança como
notícia boa e felicitante.
Mas a Igreja, uma estrutura complexa, também precisa, e urgentemente, de
reformas. E Francisco está na disposição de implementá-las, apesar das
dificuldades. Os media fizeram-se eco da notícia em todo o mundo. "Reflexión y
Liberación", esclareceu entretanto que as declarações atribuídas ao Papa podem
não ser completamente textuais, mas exprimem "o seu sentido geral". Numa
conversa cordial com a Confederação Latino-americana e Caribenha de Religiosas e
Religiosos (CLAR), Francisco disse o que já se sabia, mas agora é dito por ele:
"Na Cúria há gente santa, mas também uma corrente de corrupção. Fala-se do lóbi
gay, e é verdade: está aí." E advertiu contra certos grupos restauracionistas.
"A reforma da Cúria romana é algo que quase todos os cardeais pedimos, nas
congregações que precederam o conclave. Eu também a pedi. A reforma não posso
fazê-la eu." Mas confia na comissão de oito cardeais de todo o mundo, nomeada
por ele: "Vão levá-la por diante."»
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