Comentário à Missa deste domingo, II tempo da Quaresma, 16 março de 2014
"Enquanto
orava, alterou-se o aspecto do seu rosto e as suas vestes ficaram de uma
brancura refulgente...", a brancura significa que o lugar de onde é Jesus,
é puro e santo. Tudo o que se refere à transcendência, à divindade de Jesus,
apresenta-se com uma brancura refulgente. "Dois homens falavam com Ele:
eram Moisés e Elias...", duas personagens do Antigo Testamento, que nos
atestam claramente que tudo o que se está a passar com Jesus enquadra-se com o
conjunto de toda a História da Salvação. São eles que falam da morte de Jesus
em Jerusalém. Os personagens do Antigo Testamento, mostraram e viveram a
expectativa do Messias, está Ele agora presente na humanidade para salvar a
todos com a sua acção redentora que passa pela experiência da morte em
Jerusalém. "O sono", este aspecto mostra-nos como todos nós
facilmente nos deixam levar pela sonolência e nos desligamos daquilo que Deus
tem para nos mostrar. Repare-se que, quando os discípulos despertaram,
maravilharam-se com o poder e a glória manifestada em Jesus, que levou Pedro a
pronunciar o seguinte: "Mestre, como é bom estarmos aqui!...", estar
na presença de Deus é bom. Pedro revela-nos que esse calor de amor que emana da
presença amorosa do lugar de Deus é sempre uma experiência que dá prazer e
realiza plenamente as pessoas na felicidade.
"veio
uma nuvem que os cobriu com a sua sombra...", a nuvem simboliza a presença
divina, que abraça todo o mistério da transfiguração que acaba de se dar neste
lugar. A nuvem na cultura Bíblica tem a força da presença de Deus que envolve
com o Seu amor a realidade onde deseja manifestar-se.
"Eles (os
Apóstolos) ficaram cheios de medo...", a presença de Deus, por vezes,
provoca medo, porque o nosso coração se ocupa de coisas desnecessárias em
relação à fé, isto é, em vez de acreditarmos de verdade no Seu amor e na Sua misericórdia,
concebemos no nosso coração um Deus todo-poderoso que castiga e se vinga contra
nós. Esta visão de Deus é totalmente destorcida e não tem sentido diante das
palavras e gestos amorosos de Jesus. Repare-se na expressão que pronuncia a voz
de Deus: "Este é o meu Filho, o meu Eleito: escutai-O". Deus
apresenta-nos o seu Filho muito amado e pede a cada um de nós que se deixe
envolver pelas suas palavras, isto é, que seja capaz de o escutar porque a Boa
Nova que Ele nos trás, é uma notícia que nos salva do sofrimento e da morte.
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