"A Criança Doente"-Edvard Munch
(1863-1944)
|
O grande ficcionista católico
de meados do século XX, Flanerry O’Connor, disse-o bem, e melhor do que muitos.
Numa carta de 1959, dizia o autor: «O que as pessoas não percebem é quanto a
religião custa. Elas pensam que a fé é um grande cobertor eléctrico, quando,
claro, ela é cruz. É muito mais difícil acreditar do que não acreditar». A fé
sendo essa opção interior que se abre ao mistério, desafia para a coragem e
para a força com que enfrentamos os males desta vida, sem alienação, mas com
esperança.
A fé não é uma «novocaína espiritual»,
mas um caminho, uma opção de vida que faz entrar na profundidade de um mistério
que enforma a vida toda. Obviamente, que a fé não nos dá garantias. Pode até
dar-nos mais dificuldades e mais embaraços para a vida. Mas a mulher que
concebe uma criança e a dá à luz também não tem garantias nenhumas do que pode
vir a ser daquela criança, no entanto, avança, mergulhada no sofrimento e em
toda a trabalheira que dá criar uma pessoa. Sem qualquer garantia
aposta no futuro que a vida lhe oferece. Neste contexto percebemos que sem cruz
não há ressurreição. O crente, nunca desiste resiste. Acreditar é isso…
Sem comentários:
Enviar um comentário