A loucura do dinheiro, melhor, a loucura
pelo dinheiro, revela-nos mais um escândalo, agora de âmbito mundial. Está a
ser denominado de «Papéis do Panamá». Pelo teor das notícias perpassa vários
domínios da vida social. Envolve chefes de estado, políticos, celebridades,
multimilionários, artistas, estrelas do desporto e outros ligados ao mundo do
desportivo e por fim uma plêiade de ladrões e burlões, que usam paraísos
fiscais (offshores) para «lavar dinheiro», esconder património e fugir aos
impostos e porque vivem à conta de engenharias financeiras que enriquecem os
mesmos que tiveram a sorte deste mundo do seu lado, mas que semeiam uma
multidão de milhões de pessoas na pobreza e na miséria. Ninguém pensa que se há
meia dúzia «podres de ricos», que enriqueceram facilmente sem criar riqueza
comum, deixaram um rasto de milhões de pobres e esfomeados.
Esta lógica do mundo não faz sentido
nenhum. Para que serve esta loucura pelo ter muito dinheiro se estamos nesta
vida a prazo? Não seria melhor termos um mundo mais justo, onde o dinheiro chegasse
um pouco a todos, para que todos pudessem viver com dignidade e minimamente felizes?
– Obviamente, que sim… E isso seria perfeitamente possível. Bastava que não se permitisse
que os burlões e os «engenheiros» de maroscas tivessem tanta cobertura e que
ninguém lhes alimentasse os apetites. Por isso, este escândalo torna-se tão
grave, há nele gente envolvida com alta responsabilidade a nível mundial de
quem se esperava comportamentos irrepreensíveis, nomeadamente, a seriedade e
honestidade à cabeça.
Perante este vergonhoso escândalo,
esperemos que as várias entidades mundiais ligadas à justiça dos respetivos
países com cidadãos seus implicados neste escândalo, façam uma investigação
séria e façam-nos pagar tudo o que foi roubado ao bem comum de cada país. As
notícias apontam para mais de 70 chefes de estado atais e passados que
saquearam os seus povos para entrarem nesta engrenagem do roubo e da ganância.
De Portugal constam as notícias que há
34 envolvidos no escândalo dos «Papéis do Panamá» e não admira que o âmbito da
Banca esteja no topo da lista da criação de empresa fitícias. Mais ainda se vai
dizendo que todos os dias sai do nosso país para paraísos fiscais milhões de
euros sem que passem pelo crivo do fisco e são zero na criação de riqueza para
o nosso país.
Eis um mundo desconcertado pela loucura
do dinheiro, que vai todos os dias semeando pobreza, fome e morte. As máquinas
da lavagem do dinheiro, não tornam branco o que quer que seja, deixam um rasto negro
de miséria em todos os povos e a miséria é sempre suja e a fome é sempre negra.
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