Os primeiros barcos com imigrantes
retornaram da Grécia para a Turquia na manhã desta segunda-feira (4), após
controverso acordo da União Europeia com o país. As duas primeiras embarcações
partiram da ilha de Lesbos, na Grécia. Estão a ser devolvidos à Turquia no
âmbito do acordo com a União Europeia. A maioria dos migrantes levados para a
Turquia provinham do Paquistão e do Bangladesh. Isto é o que dizem.
O acordo prevê o reenvio para a Turquia
de todos os migrantes que cheguem irregularmente à Grécia a partir de 20 de
Março, incluindo os requerentes de asilo sírios, com a contrapartida da «reinstalação» na UE, proveniente de território turco, de um sírio
por cada compatriota reenviado, num limite máximo de 72.000 lugares.
O jornalista Carlos Fino escreveu com
toda razão acerca deste acordo: «O preço europeu pode também trazer no bojo um silêncio cúmplice em
relação às frequentes violações dos direitos democráticos por parte do regime
turco, como a repressão de manifestações pacíficas e o silenciamento, há dias,
do maior jornal de oposição». Não credito que a «nossa» Europa faça
vista grossa disto em nome de superiores interesses profundamente desumanos e
anti democráticos.
O «negócio» entre a União Europeia e
Turquia começa a ser levado à prática. Um jogo sujo que implica milhões de
euros e a desgraça de milhares de pessoas vítimas da pobreza, da guerra
praticada em nome da ganância pelo petróleo. Tudo fruto da ganância do Ocidente
que agiu irresponsavelmente com o Médio Oriente, destruindo barbaramente
aqueles países.
Eis uma imagem que nos deve deixar
envergonhados e tristes com o caminho por onde vai a Europa. Este é um acordo onde
que manifesta uma clara violação dos Direitos Humanos, porque resulta numa «escolha»
entre pessoas, deixando para trás pessoas e devolvendo outros tantos para o
teatro da guerra onde predomina a fome e a morte.
Não podemos senão manifestar o nosso
profundo repúdio por esta Europa comandada por governantes sem princípios e sem
a mínima consciência da dignidade humana que fortaleceu o continente europeu
durante vários anos a partir do pensamento grego, os valores da razão e os
princípios do Cristianismo.
Não se augura futuro risonho para nós
europeus com políticas deste género e ainda mais com governantes completamente
perdidos que nos conduzem à perdição.
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