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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

10.000 000 000, 00 €

1. Leram bem. Dez mil milhões de euros, que a Autoridade Tributária deixou sair de Portugal para paraísos fiscais (offshores), sem que grande parte dessas quantidades fossem devidamente escrutinadas para pagarem ao Estado o devido imposto. A soma é tão «irrisória» que passou ao lado de toda a gente, particularmente, ao lado de quem devia fiscalizar estas transações.

2. Esses tais não viram ou fizeram que não viram. Estavam entretidos a vascular os papéis ou os programas informáticos dos serviços fiscais onde morava uma viúva, uma família mergulhada no desemprego, uns idosos esquecidos ou qualquer coisinha para aí que mexesse e que estivesse a escapar ao fisco. O tempo urgia para penhorar a casa, fechar o negócio, pressionar os «bandidos» que não tinham dinheiro para pagar algum imposto de algumas poucas centenas ou poucos milhares de euros. Bonito serviço, atentos aos tostões distraídos dos milhões. 

3. Esta loucura contra o povo vinda de um desgoverno que parecia odiar as pessoas, esqueceu-se dos poderosos, os endinheirados, por isso, eles passaram ao lado e sacaram do país os milhões que se vê sem que os zelosos cobradores de impostos vissem tamanho montante. Assim, se vê o dinheiro das falcatruas bancárias por onde anda. Os enganados ou lesados dos bancos podem ver onde anda o seu dinheiro e como saíu do país, diante dos olhos fechados das autoridades.

4. Esta economia de casino andou à solta, desregulada onde os poderosos puderam fazer o que bem entenderam com somas avultadíssimas de dinheiro, porque não havia ninguém para fiscalizar, alias, havia, mas fecharam os olhos e deixaram a rua livre para poderem passar com os sacos de dinheiro sem que contribuíssem como deviam para o bem comum. O capitalismo selvagem no seu melhor.

5. Tudo isto é irritante e cada vez mais faz-nos aliar-nos dos políticos e da política. Porque falta seriedade, falta a contribuição justa e na devida proporção para o bem comum, especialmente, dos poderosos. Deve ser apurada toda a responsabilidade e quem tinha que fazer o que devia e não fez, deve ser responsabilizado.  

6. Face a tudo isto vem outra vez à memória aquele ar tão sério de governantes que tanto bradaram a necessidade que tínhamos de ir além da troica, que era preciso empobrecer ou que sem a máquina tributária zelosa e a tenta a tudo o que mexesse não chegávamos lá. O rol da perseguição é imenso, mas diante deste escândalo faz-nos perder a cabeça e pensar o seguinte, esta gente por quem nos toma e o que pensa sobre o povo em geral? - Não são as raras as vezes em que o meu pensamento me vai dizendo o seguinte, no horizonte da cabeça de alguns governantes não há mais nada para além disto: «Eu tenho horror a pobre» (personagem de Caco Antibes, do programa Sai de Baixo, Miguel Falabella). 

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