Comentário à missa do domingo
VIII Tempo Comum. Pode servir a quem vai à missa habitualmente, mas não só...
S. Paulo dá-nos uma grande lição sobre a
função do «chefe» ou da «chefia», se quisermos, da comunidade, que deve ser
sempre assumido como um serviço à pessoa de Cristo e do Seu projecto. O «chefe»
vai ajudando a comunidade a perceber a vontade de Deus. A sua fidelidade
prende-se a Deus.
Quando fazemos juízos a respeito das
pessoas, nem sempre somos justos ou imparciais. O nosso julgamento é, quase
sempre, fruto da nossa visão (ou deformação) do projecto de Deus. Paulo tem a
certeza de que a sua consciência não o acusa.
O Evangelho ensina-nos a viver o
desprendimento e a liberdade face aos bens deste mundo, particularmente,
perante o dinheiro. Este deve ser sempre um bem ao serviço e nunca uma pressão
que escravize o pensamento e a liberdade de acção.
Quando faz parte da vida este
desprendimento, emerge a partilha e a vontade de justiça como valores
essenciais. O mundo seria menos injusto, isto é, mais fraterno, teria muito
menos pobres, famintos e indigentes se estivesse organizado como uma casa
comum, um lugar onde fosse possível a festa do amor partilhado. Onde ninguém
ficaria para trás. Todos teriam oportunidades iguais.
Neste banquete, os bens não seriam só e
apenas para alguns, mas para todos, porque não faltaria lugar à mesa para
ninguém. Todos estariam convidados e entrariam nessa grande festa da
fraternidade universal.
Alguns perguntarão, um sonho? Um desejo?
- Sim ambas as coisas, sonho e desejo, que devem fazer parte do coração de
todos os povos, especialmente, nós cristãos, que lemos e celebramos as palavras
de Jesus.
É preciso lutar para que o mundo seja
estruturado, não apenas na simples caridade, mas na justiça e na partilha dos
bens. De que serve o mundo estar a saque por uma minoria que nunca se farta de
dinheiro e por isso suga quanto mais pode os recursos naturais, que pertencem a
todos, e com eles monta negócios chorudos só e apenas em seu benefício e dos
seus familiares? - Serve esta lógica para acentuar mais a pobreza, a fome e a
indigência. A seguir a raiva e a revolta. Urge uma outra lógica, mais de acordo
com o bem comum, para que o mundo seja conduzido para o ideal da paz e da
justiça que chegue a toda a humanidade. É este o sonho de Deus, é este o nosso sonho.
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