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segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

A felicidade e a alegria

Escrever nas estrelas
1. São realidades distintas. Frequentemente são confundidas. Não é raro encontrarmos pessoas felizes que não são alegres e pessoas que esbanjam alegria mas não são felizes. A alegria difere da felicidade e vice versa. Apesar de tudo sei o que é a felicidade e sei também o que é a alegria.

2. A felicidade é um estado de espírito, que encontrou a paz consigo mesmo, com a natureza, com Deus e com os outros, mesmo que deles venham as piores atrocidades. Porque as relações entre as pessoas podem ser carregadas de amor, mas são também conflituosas e conduzem muitas vezes à incompreensão, à divisão e à separação. Não deveria ser necessário lembrar o que anda neste momento na sua cabeça caro leitor: as invejas, as mágoas, a concorrência, as disputas, os males entendidos, são tudo pedras dentro do sapato que fazem tantas vezes doer e muito.

3. Por sua vez a alegria é algo que se experimenta ocasionalmente. Podemos ser felizes e não estarmos alegres. Quantas pessoas que desbaratam alegria pelos poros quotidianamente, mas tenho a certeza que não são felizes… Também não tem sido raro encontrar pessoas, carregadas de sofrimento, por causa da doença que as atingiu, doenças crónicas e fatais, problemas de vária ordem com filhos, esposo, esposa, no trabalho, com colegas e com tantas e tantas situações da vida do dia a dia, mas que mesmo aparentando falta de alegria, são um testemunho desconcertante de felicidade. Portanto, a felicidade pode estar em casa sem que a alegria more nos corações apanhados pelos infortúnios da existência.

4. No entanto, o que torna as pessoas felizes é a sua capacidade de entrega aos outros. A nossa felicidade não acontece de verdade quando há pessoas infelizes à nossa volta. Por isso, quem procura fazer tudo pela felicidade alheia, está a construir a sua felicidade. Isto vale de modo especial para os compromissos pessoais íntimos, mas também de igual modo para os que se empenham na luta por um mundo mais humano, sem injustiças gritantes e desigualdades que conduzem à falta da dignidade e da paz.

5. Há quem defenda que a felicidade devia constar da Declaração Universal dos Direitos Humanos, estou plenamente de acordo. Os governos dos países andam sempre tão preocupados com o PIB (Produto Interno Bruto), deviam ter também igual preocupação com FIB (Felicidade Interna Bruta). Sim, eu sei que a felicidade e a alegria, não são produtos que gerem dinheiro, mas, não esquecer, que são uma riqueza sem preço, que ajudam a resolver todos os problemas.

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