Escrever nas estrelas
1. São realidades distintas. Frequentemente
são confundidas. Não é raro encontrarmos pessoas felizes que não são alegres e
pessoas que esbanjam alegria mas não são felizes. A alegria difere da
felicidade e vice versa. Apesar de tudo sei o que é a felicidade e sei também o
que é a alegria.
2. A felicidade é um estado de espírito,
que encontrou a paz consigo mesmo, com a natureza, com Deus e com os outros,
mesmo que deles venham as piores atrocidades. Porque as relações entre as
pessoas podem ser carregadas de amor, mas são também conflituosas e conduzem
muitas vezes à incompreensão, à divisão e à separação. Não deveria ser
necessário lembrar o que anda neste momento na sua cabeça caro leitor: as
invejas, as mágoas, a concorrência, as disputas, os males entendidos, são tudo
pedras dentro do sapato que fazem tantas vezes doer e muito.
3. Por sua vez a alegria é algo que se
experimenta ocasionalmente. Podemos ser felizes e não estarmos alegres. Quantas
pessoas que desbaratam alegria pelos poros quotidianamente, mas tenho a certeza
que não são felizes… Também não tem sido raro encontrar pessoas, carregadas de
sofrimento, por causa da doença que as atingiu, doenças crónicas e fatais,
problemas de vária ordem com filhos, esposo, esposa, no trabalho, com colegas e
com tantas e tantas situações da vida do dia a dia, mas que mesmo aparentando
falta de alegria, são um testemunho desconcertante de felicidade. Portanto, a
felicidade pode estar em casa sem que a alegria more nos corações apanhados
pelos infortúnios da existência.
4. No entanto, o que torna as pessoas
felizes é a sua capacidade de entrega aos outros. A nossa felicidade não
acontece de verdade quando há pessoas infelizes à nossa volta. Por isso, quem
procura fazer tudo pela felicidade alheia, está a construir a sua felicidade.
Isto vale de modo especial para os compromissos pessoais íntimos, mas também de
igual modo para os que se empenham na luta por um mundo mais humano, sem
injustiças gritantes e desigualdades que conduzem à falta da dignidade e da
paz.
5. Há quem defenda que a
felicidade devia constar da Declaração Universal dos Direitos Humanos, estou plenamente
de acordo. Os governos dos países andam sempre tão preocupados com o PIB
(Produto Interno Bruto), deviam ter também igual preocupação com FIB (Felicidade
Interna Bruta). Sim, eu sei que a felicidade e a alegria, não são produtos que
gerem dinheiro, mas, não esquecer, que são uma riqueza sem preço, que ajudam a
resolver todos os problemas.
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