20
de Fevereiro de 2018 (passados 8 anos da aluvião de 20 Fevereiro de 2010)
Eu
diante de Maria rezei:
Mãe
Fátima peregrina estavas,
Aqui
junto de mim
Sobre
o meu pecado descrente,
O
céu chorou lágrimas abundantes,
Como
chuva imparável,
Sobre
os montes e vales do meu peito,
Onde
nasceram rios de água pelas árvores,
Os
poios derramaram terra pelas paredes,
Fazendo
das ruas e das ribeiras raiva caudalosa transbordante
Um
arrasto estupor de sofrimento e da morte.
Tuas
foram as pedras
As
casas
As
gentes
As
almas que se desprenderam dos corpos
A
dúvida incrédula
A
dor do dilúvio
E
o incumprimento da promessa: «nunca mais as águas formarão um dilúvio para
destruir todas as criaturas» (Gen 9,15).
Porém,
agora nesta piedade bendita,
Deixo-me
guiar pela luz das estrelas
Que
permitem o caminho estar limpo e iluminado.
Entro
nos leitos das ribeiras serenas
Antes
que outras aluviões as mascarem de lama.
Por
aí procuro abrigo no recanto das paisagens soltas
Nuas
pela devastação irracional do egoísmo,
Que
fere o mundo com a paranóia de sempre
Que
nesta miragem sobre o mar azul
Vi
os encantos multicolores da esperança
Que
o pesadelo da devastação permitiu,
Hoje estamos
na bonança das montanhas peladas,
Para
que nunca mais regresse
O
momento feio da tristeza
Que
mata a fascinante beleza das montanhas e dos vales
Da
alma que somos,
Madeira para todo o
sempre.
JLR
Sem comentários:
Enviar um comentário