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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Ofício de Amar

.
já não necessito de ti
tenho a companhia nocturna dos animais e a peste
tenho o grão doente das cidades erguidas no princípio doutras galáxias, e o remorso
..
um dia pressenti a música estelar das pedras, abandonei-me ao
silêncio
é lentíssimo este amor progredindo com o bater do coração não,
não preciso mais de mim
possuo a doença dos espaços incomensuráveis
e os secretos poços dos nómadas
...
ascendo ao conhecimento pleno do meu deserto
deixei de estar disponível, perdoa-me
se cultivo regularmente a saudade de meu próprio corpo
Al Berto, “O Medo”

2 comentários:

M. disse...

Lindo. Como toda a poesia do Al Berto...

Amar como ofício...Pode ser...Mas como vocação...Talvez...

M Teresa Góis disse...

O momento da negação que precede a saudade na anti´tese do momento do desprezo.