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sábado, 15 de janeiro de 2011

A tolerância e a não-violência

Reflexão em manhã de Sábado...
Pregava aquele padre acerca de como nós, cristãos, devemos procurar ser “tolerantes” e, ao sair, muitos ouvintes contrapunham que isto de “tolerância” não é uma ideia muito… cristã É? Não é? Sim, é!
Lá, onde se pregue o Evangelho,
onde se repitam as palavras de Jesus
declarando “ditosos” os “mansos”,
também haverá que proclamar bem-aventurados os …”tolerantes”.
Faz-nos compreender, Senhor, que um cristão tolerante não é…
o ignorante disposto a engolir o que quer que seja,
nem o fraco que não se atreve a enfrentar, nem o tíbio, transigente com tudo, e muito menos o gracioso que tudo o envaidece. Precisamos da luz do Teu espírito, Senhor, para ser “tolerantes”. Porque cristão tolerante é aquele que tem a certeza da Tua verdade. Verdade que por ser Tua, só podes demonstrar, infundir e assegurar Tu. Se nós somos tolerantes, o que apenas podemos fazer com os que não crêem naquilo em que cremos é… facilitar-lhes o caminho como fez o Pai do filho pródigo (Lc 15,11), mas facilitá-lo esperando, compreendendo, escutando, dialogando, saindo ao seu encontro. Isto é, sendo “tolerantes...
Agora escutemos um grande mestre da tolerância e da não-violência...
“A força de um homem e de um povo está na não-violência… A não-violência é o primeiro artigo da minha fé e o último… Conheci a Bíblia por volta dos 45 anos… De tudo o que li, o que mais me impressionou para sempre foi o facto de Jesus ter vindo para estabelecer uma nova lei… Não mais olho por olho, nem dente por dente; devermos estar dispostos a receber duas bofetadas se nos dão uma, e percorrer dois quilómetros se nos pedem um… Dizia a mim próprio: isto não é seguramente o cristianismo. O Sermão da Montanha demonstrou-me como estava errado à medida que tomava contacto com os verdadeiros cristãos, quer dizer, com os que viviam para Deus vi que o Sermão da Montanha era todo o cristianismo… Enquanto não formos homens insatisfeitos e não tivermos arrancado a raiz da violência da nossa civilização, Cristo não terá nascido… O princípio da não-violência infringe-se com os maus pensamentos, com a pressa injustificada, com a mentira em todas as suas vertentes, o ódio, desejando mal ao próximo. Violamola ao reter para nós o que necessitam os outros. A não-violência, na sua forma activa, é boa vontade em tudo o que se vive. É amor perfeito”.
(M. Gandhi, Todos os homens são irmãos, Atenas, Madrid 1984)
Imagem em: Transformando e Reinventando o Mundo

2 comentários:

José Ângelo Gonçalves de Paulos disse...

Padre José Luis que lindo este texto de Ghandi. Ele, S.Francisco de Assis, Luther King, Madre Teresa e Nelson Mandela , tal como, Lanza Del Vasto são os nossos herois e referências de todos os tempos. Os Santos e Santas são estes que praticam o Amor e fazem das suas vidas gestos de Amor, sendo ou não cristãos e até mesmo não crentes. Zilda Arns e a irmã Dorothy, Helder Cãmara, Oscar Romero e outros e outras tantas anonimamente têm atitudes de libertação. A Plena Liberdade!

M. disse...

Devia ser de leitura obrigatória...Mas hoje quem lê?