O desporto é um bem. Tem
retirado muita gente da droga, dizem alguns. Se assim for ainda bem. Mas, nós
cidadãos, pagantes de impostos altíssimos para manter o Estado, para que este a seguir
nos garanta alguma qualidade na educação, na saúde e em todos os serviços
sociais que precisamos para viver em sociedade, não podemos concordar com este
descalabro de apoios em forma de subsídios ao desporto. Daí que os cortes nesta
área são bem-vindos, pecam por não serem na totalidade.
Como podemos ainda aceitar
que os cofres da Madeira falidos, possam ainda manter subsídios em tantas
coisas que beneficiam alguns em detrimento da maioria, quando falta dinheiro na
saúde, na educação e nos apoios sociais (lembro, por exemplo, a agonia que sentem os lares de
terceira idade, os nossos hospitais e centro de saúde, as famílias que caíram no
desemprego e que convivem diariamente com a fome…)?
Assim, devem acabar
totalmente estes apoios a clubes e organizações desportivas que cresceram entre
nós como cogumelos para fazem jus ao regabofe, apenas com a desculpa que ocupavam
as crianças e os jovens. Muito bem, muitas destas actividades retiram isso sim
da escola, da catequese e das famílias. Nem um cêntimo para o desporto a este
nível, um fim total, para pagar com salários descomunais a jogadores e com as transferências de jogadores a
preços exorbitantes. Dar-nos-á gosto pagar impostos, para serem aplicados nas
escolas e aí sim existirem estruturas que promovam o desporto escolar e então
ocupe as nossas crianças e jovens nesta vertente lúdica importante para o seu
crescimento e desenvolvimento. O desporto assim promovido seria um bem para
todos.
Assim, quem quer
desporto especializado que pague do seu bolso, lute para fazer render as suas
habilidades, profissionalize-se sem ser à conta dos nossos impostos. A regra do
utilizador pagador aqui deve ser aplicada ipsis verbis. Não sendo assim, vá
para a Avenida do Mar, a nossa lindíssima marginal, andar a pé, como já fazem
tantas outras pessoas.
Não há dinheiro para
loucuras. É preciso utilizar os fracos recursos que temos no essencial. Mandar
às urtigas os amuos e quezílias daqueles que até agora nadaram em dinheiro.
Briguem o que brigarem, mas os cada vez mais escassos recursos devem ser
aplicados em três aspectos que considero essenciais para o bem-estar da
sociedade: a educação, a cultura e a saúde… Tudo o resto virá por acréscimo.
Mesmo assim, nestes domínios os gastos devem ser aplicados com critérios muito
bem definidos.
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