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sábado, 21 de julho de 2012

O luto dos incêndios


A todas as vítimas dos incêndios que assolam a Madeira...
Um calor imenso faz soar os poros
Incrédulos perante as ideias
Os pensamentos
O medo
A dor
O desalento
A melancolia destrutiva
Daquele fogo que sem licença
Engole a vida
Os bens
As roupas
As casas…
Pois, quando da chama avança
Descontrolado sob o espanto
Mais dor ainda
Mais angústia que verte lágrimas
E a impotência vem do alto
Porque disse mais forte
O egoísmo impiedoso
Da morte.
Agora todos choram
É o luto desordenado
No rosto triste maquilhado de cinza
Que os escombros fizeram
Na visão terrível do caos.
E no fim veio a brisa branda
Dizer do quanto sabe bem
Acreditar que das cinzas
És fénix renascida para sempre.
José Luís Rodrigues