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quarta-feira, 15 de maio de 2013

A mulher mais influente do país realiza milagre

Fiquei atónito como uma grande parte do povo português com a revelação do presente da República Cavaco Silva. Vejam só a aliada que o sr. Presidente arranjou para defender as trapaças que os poderes governamentais do nosso país estão a fazer contra o povo português, Nossa Senhora de Fátima. O homem dixit: «Eu penso [no fim da sétima avaliação] como uma inspiração - como já a minha mulher disse várias vezes - da nossa Senhora de Fátima, do 13 de maio».
Não disse que não devemos chamar Nossa Senhora de Fátima para este «milagre». Um país como o nosso profundamente católico, terra de Santa Maria, devoto da Nossa Senhora de Fátima, porque enche o seu santuário todos os anos no 13 de maio, tinha que ser chamada a participar neste «milagre» levado a cabo pela troica e pelos governantes investidos por uma obstinação doentia pela austeridade.
Porém, será que Nossa Senhora de Fátima se não fosse apenas uma imagem com um rosto supra humano que transmite a ideia de uma pessoa acima da realidade, uma ideia de mulher que não existe neste mundo, o sr. Cavaco faria a mesma invocação? Se fosse a mulher, Maria de Nazaré, aquela mulher do Evangelho que põe e dispõe, que sonha, acompanha e intervém dizendo para o que veio como o faz claramente no seu canto, o Magnificat. Reparemos: «Derrubou os poderosos de seus tronos / E exaltou os humildes. / Aos famintos encheu de bens / E aos ricos despediu de mãos vazias» (Lc 1, 52-53). Será que esta mulher seria invocada se fosse anunciadora e denunciadora da injustiça que envolve toda esta austeridade? - Tenho sérias dúvidas...
Duvido muito que o compadecido e devoto sr. Cavaco fizesse referência se a Senhora de Fátima fosse a mulher corajosa do Magnificat e aquela Mulher sempre presente em todos os momentos, particularmente, quando eles são de sofrimento e de profunda injustiça.
Bolas! Mas tendo em conta este desígnio nacional de destruição do país, não poderia não ser convocada a mulher «mais influente do nosso país», como alguém um dia considerou. Por isso, não podemos deixar de fora desta missão a Senhora de Fátima e também não podemos esquecer todos os que estão a ser postos fora, os excluídos do desemprego que estão na pobreza e com fome, que resultam desta fatal austeridade. Não podemos pois. Querendo. Crendo.

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