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sexta-feira, 3 de maio de 2013

O país dos austeritários e dos austerizados

Uma mensagem para o Primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, que hoje à noite vai falar ao país…
Obviamente que é o nosso país, Portugal. Mas podemos incluir todos os outros países intervencionados pela troica que chega com a receita conhecida e impõe aos gastadores ou mestres na criação de dívida pública, que é o povo. Chegados, como salvadores, estes austeritários, chamam a si meia dúzia de nativos para serem o rosto das imposições aos restantes nativos, os habitantes da tabanca, que verão o que é passar pelo prazer da austerização. Sim, porque só pode causar prazer essa coisa da austeridade, pensam eles, porque mesmo que os maus resultados em toda a linha estejam aí à frente de todos os olhos pouco ou mesmo nada importa senão impor ainda mais austeridade.
Mas, o nosso país tomado assim, hoje é habitado pelos austeritários, essa meia dúzia de gente que tomou o poder da nação sabe Deus e nós como, com um rol de mentiras e promessas falsas. Subidos ao trono, lá estão pretensamente ao «serviço» dos austerizados. Mas, nenhuma sombra de compaixão os assiste pelo povo simples, se estão mal que se mudem, viveram acima das suas possibilidades, foram os gastadores desmedidos, aguentam, ora se aguentam muito mais! – Dizem do alto do seu pedestal, ornamentados com mordomias e chorudos salários os austeritários da nação e os apóstolos da troica.
Estes cegos, austeritários, ao serviço do poder económico mundial, obcecados com a Merkel (Alemanha) e com a ideia de que estão investidos de uma missão divinamente concedida pelo deus do dinheiro, vão de medida em medida destruindo o que resta do Estado Social, da democracia e de todos os valores que nos nortearam na procura de um certo bem estar, que foi importante para ser gente e uma sociedade minimente saudável. Acabar com isto é uma tragédia, não promover isto é levar a cabo uma sentença de morte para um povo e uma nação que tanto custou a erguer desde há 8 séculos a esta parte. Não me conformo que alguns tenham tomado tão a sério este desígnio fatal.
Mas o país está agora a ser povoado com a grande multidão dos austerizados. A maioria. Todos aqueles que foram encarados como os culpados da crise. Em certa medida, até podemos aceitar isso. Foi a maioria que se deixou enganar, que foi legitimando com o voto esta «malta», que comprou licenciaturas, que foi subindo à conta da mentira e do engano puro e duro. Em parte sim, nós austerizados somos culpados porque não ouve reflexão, fomos enganados e nos deixamos enganar. Porém, acordamos e isso já vai sendo bom.
Estes austerizados, são as vítimas da cegueira, do mais do mesmo, que se vai «acostumando» com a pobreza, que vai dizendo que ainda tem alguma coisa, enquanto outros não têm nada. Esta penúria resulta de uma habituação perante a pobreza que se está a tornar intolerável, incompreensível e imperdoável em relação em que assumiu esta missão de levar adiante a morte do povo de forma tão crua e insensível.
Somos os austerizados de uma «malta» pobre de espírito e de intelectualidade ao serviço de poderes escuros e obscuros que dominam as nações neste nosso tempo. Somso as vítimas dos austeritários que não reconhecem que em democracia há sempre alternativas. Hoje não podemos conceber uma verdade apenas, um sentido único e um pensamento absoluto.
Estamos perante uns austeritérios que não percebem que o povo não tem culpa nenhuma da dívida, viveu como lhe foram proporcionando os caminhos. Os culpados são os políticos irresponsáveis que foram levando a cabo medidas sem pensar em ninguém, muito menos no futuro, foram uns alucinados insensíveis que se corromperam e foram por isso se deixando levar pelos interesses pessoais, do partido e do seu grupo de amigalhaços. Uma rede de favor paga favor, um reino de bajulação com altos pagamentos tirados do bem público e tantas e tantas outras situações usufruídas pela claque política que levou à tragédia da dívida insuportável do Estado. É caso para dizer-se quem fez a dívida que a pague. E estou certo que não foi o povo agora votados às imposições horríveis da desmedida austeridade.
Agora é caso para pedir, austeritários deixem-se dessa mania de que o povo é que o culpado e assumam com coragem a verdadeira culpa dos vossos antepassados e as vossas, porque não podem aparecer agora como gente virgem que fez e faz tudo certo. Deixem em paz os austerizados e defendam em todas as instâncias o vosso povo. É o mínimo que vos exigimos. Porque não suportamos mais a vossa arrogância austeritária e está ser mais que difícil esta subjugação de austeridade em cima de austeridade que a vossa cegueira votou um povo inteiro. 

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