Publicidade

Convite a quem nos visita

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Em que crê quem crê na reencarnação?

São cada vez mais aqueles que acreditam na teoria da reencarnação com desprezo pela ideia cristã de ressurreição. É mais fácil, mais cómodo e aparentemente mais seguro acreditar na transmigração dos corpos ou da carne. Por isso, em que crê quem crê na reencarnação?
A palavra reencarnação, composta pelo prefixo «re» (que designa repetição) e do verbo «encarnar» (tomar corpo, carne), significa, tornar a tomar corpo. Indica uma acção do ser espiritual (espírito ou alma) que já animou um corpo no passado, foi posteriormente separado dele pela morte e agora informa ou vivifica um outro corpo.
Cumpre esclarecer, que a reencarnação não foi inventada pelos Espíritas, é uma das ideias mais antigas da Humanidade. Um papiro egípcio de 3000 A.C. já a menciona.
Na Grécia clássica, Pitágoras (580 a 496 A.C.); já divulgava o reencarnacionismo. No diálogo Phedon, Platão cita Sócrates (469 a 399 A.C): «É certo que há um retorno à vida, que os vivos nascem dos mortos». Esta mesma certeza consta da maioria das religiões antigas, como o Hinduísmo, Budhismo, etc.
Entre os romanos, Virgílio exprime a ideia dos renascimentos nestes termos: «Todas as almas, ainda que por milhares de anos tenham retornado à roda desta existência, Deus as chama em numerosos enxames ao rio Léthé, a fim de que, privadas de recordações, revejam os lugares superiores e convexos e comecem a querer voltar ao corpo».
A reencarnação está também na Bíblia. No A. Testamento, Jeremias diz: «Foi-me dirigida a palavra do Senhor nestes termos, antes que eu te formasse no ventre da tua mãe, te conheci; e, antes que tu saísses do seu seio, te santifiquei e te estabeleci profeta entre as nações» (Jer 1, 4-5). Ou, no N. Testamento: «Digo-vos, porém, que Elias já veio e não o reconheceram»; «Então os discípulos compreenderam que (Cristo) lhes tinha falado de João Baptista.» (Mt, 17, 12-13). E ainda: «Não pode ver o Reino de Deus, senão aquele que nascer de novo.» (Jo, 3, 3).
Contudo, entre os padres católicos, Orígenes é o que afirmou de forma mais precisa, em numerosas passagens do seu Princípios (livro 1°), a reencarnação ou renascimento das almas. A sua tese é esta: «A justiça do Criador deve aparecer em todas as coisas».
Alguns teólogos católicos, São Jerônimo afirma que a transmigração das almas fazia parte dos ensinamentos revelados a um certo número de iniciados. Nas Confissões, Santo Agostinho expressa dúvida em relação à reencarnação: «A minha infância não sucedeu a um idoso morto antes dela»... – Caso fosse, alguém estaria reduzido à escravidão.
Muitos mais caminhos poderíamos encontrar para justificar a teoria da reencarnação. Porém, para a fé cristã faz mais sentido acreditar na ressurreição ou na plenitude da vida. Não pode a existência senão ser uma caminhada para a eternidade, para uma vida gloriosa à maneira de Cristo ressuscitado. A vida não pode ser um castigo, mas sempre um dom.
A fé cristã, não encontra resposta satisfatória na transmigração das almas, se entendemos esse peregrinar como uma necessidade de purificação. O cristão é «outro Cristo», por isso, descobre o amor do Pai eterno, «Compassivo, justo, misericordioso e sempre pronto a perdoar» (doutrina dos Salmos), assim, basta aos filhos de Deus, uma réstia de arrependimento para acontecer de imediato a purificação. Para os cristãos, mesmo que o agora da vida seja terrível, faz sentido olhar sempre o futuro com muita esperança. O Deus revelado por Jesus Cristo não sabe castigar, mas apenas salvar eternamente. 
A meu ver, basta-me crer numa única encarnação, porque assim ocupo a minha fé a minha esperança com a ressurreição da carne não para este mundo, mas para o mundo que há vir onde a vida será plena de felicidade para sempre.

Sem comentários: