Comentário à Missa deste domingo
VI da Páscoa, 05 de Maio de 2013
O Paráclito é o
defensor. O advogado de defesa, se preferimos um conceito mais próximo dos
nossos dias. É este mistério silencioso que nos acompanha desde sempre.
Realidade de amor, do amor de Deus. E tudo o que é do amor é misterioso,
carregado de silêncio, mas criativo e aberto ao assombro da vida no encontro
com os outros.
Nos tempos da
vida prática de Jesus alguns julgamentos eram realizados do seguinte modo.
Reuniam uma grande assembleia para julgar alguma pessoa que tivesse cometido
algum crime. O juiz que presidia ao julgamento em determinado momento
perguntava a assembleia se haveria alguém disposto a defender o criminoso, se
alguém se levantasse, saía do seu lugar e colocava-se ao lado do réu, esta
pessoa assumia a sua defesa, por isso, recebia a designação de Paráclito.
Jesus, ao falar
do Espírito Santo, apresentando-o como defensor dos seus discípulos, pegou na
figura do Paráclito, sobejamente conhecido por todos, para ensinar o que seria
o Espírito Santo, o defensor de todos os que assumissem a missão do anúncio do
Reino de Jesus. Este é o único Espírito que salva e que pode dar garantias de
futuro. Nada nos deve demover desta procura.
O Espírito de
Deus é um caminho de salvação que nos garante uma possibilidade de encontro para
sermos felizes e ganharmos coragem para defender com tenacidade as causas em
que nos envolvemos. Então, se muitas coisas falham, é porque nos falta o
Espírito que nos remeta para o interior, porque de exterioridades estamos mais
que saturados, para que aí nos encontremos para buscar o essencial que nos leve
ao encontro com os outros, isto é, todos aqueles que Deus nos coloca diante da
vida para realizarmos o amor na «luta» pela justiça e pelo bem comum.
Que o Espírito
de Deus nos faça sempre novos na criatividade que o amor em nós sempre
proporciona. Pois, que nos livre do egoísmo, da ganância de que pode ser
possível sermos gente sem mais ninguém e que a luz do coração nos revele sempre
sabedoria para levarmos à prática na relação com os outros o alerta de Saint-Exupéry:
«Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos». Deixemos
então que o que somos e o que realizamos pelas tarefas do dia a dia sejam
guiadas por essa realidade interior, mesmo que cheia de mistério, mas se tomada
como essencial, condimenta o nosso mundo com a grandeza da felicidade e do bem
para todos.
1 comentário:
Padre José Luís Rodrigues o que dizer perante este magnífico texto. Apenas e tão- somente ratificá-lo e subscrevê-lo totalmente. O Mundo actual está doente, diria moribundo. Perante este desmazelo todo, de profundas e austeras medidas anti-populares. Nós não aguentamos mais nada. Apenas ver Deus face a face como disse em Corintios XIII S. Paulo. Ou então cantarmos diariamente o Magnificat a Oração de Nossa Senhora "derrubou os poderosos do seu trono , encheu de bens aos oprimidos (famintos) e aos ricos despediu de mãos vazias. Profetas, Apóstolos, Pintores, Escritores, Teólogos,Músicos etc todos manifestaram cada qual a seu modo, os desígnios contra a "Tragédia Humana" com o seu cortejo de gente com fome, miséria, alcoolismo, droga e tantas
"cores" da nossa miséria. A politica de João XXIII, Paulo VI, Francisco e até dos Papas João Paulo II e de Bento XVI ficaram nas gavetas dos governantes. Eles querem é o "vil metal" satisfazendos os caprichos dos ricos, Vem Santo Espírito e ilunina-nos nesta nossa terrível e terrífica caminhada
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