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quinta-feira, 2 de maio de 2013

O Paráclito

Mesa da palavra
Comentário à Missa deste domingo
VI da Páscoa, 05 de Maio de 2013

O Paráclito é o defensor. O advogado de defesa, se preferimos um conceito mais próximo dos nossos dias. É este mistério silencioso que nos acompanha desde sempre. Realidade de amor, do amor de Deus. E tudo o que é do amor é misterioso, carregado de silêncio, mas criativo e aberto ao assombro da vida no encontro com os outros.
Nos tempos da vida prática de Jesus alguns julgamentos eram realizados do seguinte modo. Reuniam uma grande assembleia para julgar alguma pessoa que tivesse cometido algum crime. O juiz que presidia ao julgamento em determinado momento perguntava a assembleia se haveria alguém disposto a defender o criminoso, se alguém se levantasse, saía do seu lugar e colocava-se ao lado do réu, esta pessoa assumia a sua defesa, por isso, recebia a designação de Paráclito.
Jesus, ao falar do Espírito Santo, apresentando-o como defensor dos seus discípulos, pegou na figura do Paráclito, sobejamente conhecido por todos, para ensinar o que seria o Espírito Santo, o defensor de todos os que assumissem a missão do anúncio do Reino de Jesus. Este é o único Espírito que salva e que pode dar garantias de futuro. Nada nos deve demover desta procura.
O Espírito de Deus é um caminho de salvação que nos garante uma possibilidade de encontro para sermos felizes e ganharmos coragem para defender com tenacidade as causas em que nos envolvemos. Então, se muitas coisas falham, é porque nos falta o Espírito que nos remeta para o interior, porque de exterioridades estamos mais que saturados, para que aí nos encontremos para buscar o essencial que nos leve ao encontro com os outros, isto é, todos aqueles que Deus nos coloca diante da vida para realizarmos o amor na «luta» pela justiça e pelo bem comum.
Que o Espírito de Deus nos faça sempre novos na criatividade que o amor em nós sempre proporciona. Pois, que nos livre do egoísmo, da ganância de que pode ser possível sermos gente sem mais ninguém e que a luz do coração nos revele sempre sabedoria para levarmos à prática na relação com os outros o alerta de Saint-Exupéry: «Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos». Deixemos então que o que somos e o que realizamos pelas tarefas do dia a dia sejam guiadas por essa realidade interior, mesmo que cheia de mistério, mas se tomada como essencial, condimenta o nosso mundo com a grandeza da felicidade e do bem para todos.

1 comentário:

José Ângelo Gonçalves de Paulos disse...

Padre José Luís Rodrigues o que dizer perante este magnífico texto. Apenas e tão- somente ratificá-lo e subscrevê-lo totalmente. O Mundo actual está doente, diria moribundo. Perante este desmazelo todo, de profundas e austeras medidas anti-populares. Nós não aguentamos mais nada. Apenas ver Deus face a face como disse em Corintios XIII S. Paulo. Ou então cantarmos diariamente o Magnificat a Oração de Nossa Senhora "derrubou os poderosos do seu trono , encheu de bens aos oprimidos (famintos) e aos ricos despediu de mãos vazias. Profetas, Apóstolos, Pintores, Escritores, Teólogos,Músicos etc todos manifestaram cada qual a seu modo, os desígnios contra a "Tragédia Humana" com o seu cortejo de gente com fome, miséria, alcoolismo, droga e tantas
"cores" da nossa miséria. A politica de João XXIII, Paulo VI, Francisco e até dos Papas João Paulo II e de Bento XVI ficaram nas gavetas dos governantes. Eles querem é o "vil metal" satisfazendos os caprichos dos ricos, Vem Santo Espírito e ilunina-nos nesta nossa terrível e terrífica caminhada