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quinta-feira, 29 de maio de 2014

A abstenção exige outro género de debate

Seria muito importante que ao invés de andarmos tão desviados do debate, nos concentrássemos no essencial, debater que 66% de abstenção (recorde europeu) nas eleições europeias em Portugal sem contar com nulos e brancos, significa um NÃO redondo às políticas de austeridade desumana e desigual deste governo, às ajudas-negócio chorudo do FMI e à Merkelização do nosso país e é também contra todos os políticos de cá e de lá tecnocratas que não olham às pessoas e à sua situação concreta, sem que abdiquem de nenhuma mordomia para darem o exemplo. Pois, enquanto forem infiéis de promessas e de compromissos que assumem no tempo da campanha diante do povo, não se respeitam nem muito menos serão respeitados.
Enquanto se mantiver tudo isto a abstenção não baixará e aumentará cada vez mais pondo em causa o valor mais importante da democracia, que reside nessa preciosidade de ouvir o povo quanto à prática das políticas sobre a sua vida e sobre as pessoas que desejam para governantes.
As tricas partidárias de quem ganhou ou quem perdeu, se a perda ou a vitória se foi assim e assado, não leva a nada. Empobrece o debate e desencanta ainda mais o eleitorado, já sobejamente cansado das tricas e laricas das lógicas paralelísticas dos partidos políticos. Esperemos por alguma lucidez e que se recomponham, a bem da democracia, pela lógica do serviço ao bem comum, os partidos políticos que por hora entraram em demanda por causa das suas lideranças.   

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