A necessidade de produzir cada vez mais
e melhor, não pode subjugar a pessoa humana a uma simples força de trabalho,
tão bem ilustrada por Charlie Chaplim, no seu magnífico «Tempos Modernos».
A competitividade, condição essencial do progresso e do
desenvolvimento, deve ser respeitadora da dignidade humana a todos os níveis.
Para que tal diálogo se estabeleça com rentabilidade para todos, deve a lei
prever mecanismos de interacção entre todos os interessados no trabalho humano.
As empresas não podem desejar a produtividade se não estão em diálogo
permanente com os seus trabalhadores nem podem somar a sua produtividade se não
fomentam o real e efectivo cumprimento dos direitos e dos deveres.
Não se pode considerar o trabalho como
uma opressão necessária. Quem assim pensar não descobriu ainda a verdadeira
dimensão do trabalho humano, que radica na disponibilidade para o serviço à
comunidade dos homens.
Diante deste pensamento sobre o
trabalho humano, somos levados a deduzir que o trabalho é sempre uma vocação
que nos realiza como seres humanos cheios de plenitude e nos convoca para a
verdade da vida que Deus nos oferece a cada instante.
Neste sentido, não trabalhar é a pior
forma de vida. Pois, até podemos dizer que quem não trabalha não vive ou quem
vive sem trabalho está fora do sentido autêntico da vida. Estar no desemprego é experimentar a depressão, a marginalização, o desespero e o pior dos sentimentos que
pode existir no coração de uma pessoa, ver-se como um parasita inútil.
Todos os trabalhadores são chamados a
amarem de verdade as suas ocupações como mediações necessárias para a
realização humana e como caminho eficaz de construção da paz e do bem comum.
Sem comentários:
Enviar um comentário