Comentário à missa deste domingo IV da Páscoa (11 maio de 2014)
Jesus
é o Bom Pastor, que nos chama e nos convoca para a verdade da vida como dom do
seu amor. E aceitar este dom maravilhoso de Deus Pai, é acolher a verdade plena
na nossa existência e, sobretudo, prepara-nos desde logo o caminho da
eternidade. Pois, reparemos no que dizem as palavras de Jesus: «Eu dou-lhes a
vida eterna e nunca hão-de perecer». Esta certeza de salvação é pronunciada
pela voz de Jesus, que se mostra mestre da vida e da libertação total de tudo o
que ponha em causa o amor, a paz e a inquietação interior vinda das misérias
deste mundo.
O Papa
Francisco disse com clareza o seguinte sobre o pastor: «Um pastor vaidoso
não faz bem ao povo de Deus (...) Não segue Jesus, prefere a vaidade, prefere
pavonear-se (...) A vaidade é perigosa porque faz imediatamente escorregar no orgulho,
na soberba (...) Esse pastor não segue a Jesus, prefere a vaidade (...) Outros
seguem a Jesus interessados no poder, usam a Igreja para subir. Vai ao norte e
faz alpinismo, é melhor! Jesus reprova esses alpinistas do poder» (Papa
Francisco, na homilia desta segunda-feira, 05-05-2014). Tudo isto se aplica aos
pastores religiosos, mas também aos políticos e os que estão em qualquer
serviço onde implique o poder perante o bem público, porque no mundo antigo e
na Bíblia, «pastor» não se aplica tanto aos líderes religiosos como aos reis,
aos «príncipes», aos políticos que devem conduzir o povo com justiça,
equilíbrio social, e a preservar todos sem deixar ninguém para trás, o que
torna estas palavras do Papa ainda mais fortes.
Tudo
o que seja verdade radical do amor, nunca é demais para ser vivido no dia a
dia, porém, não podemos dizer que essa possibilidade salvadora seja realmente
fácil de ser vivida. Não, não é fácil enquadrar o nosso viver com esses valores
que a mensagem de Jesus nos mostra, porque as circunstâncias do nosso
quotidiano estão sempre marcadas por tantas tentações que nos desviam do caminho
certo do amor e da felicidade.
No
entanto, nada de bom se consegue sem uma força de vontade interior muito
grande. As coisas boas conquistam-se a pulso, com muita paciência e muita
persistência. Os cristãos, são chamados a serem gente de esperança e nada os
deverá demover do caminho de Deus e do seu projecto de salvação.
É
fácil ser enganado por charlatães ou por pessoas sem escrúpulos que não se
importam nada com a distinção entre o que é certo e o que é errado. Assim, será
sempre muito mais importante, cada um de nós escutar profundamente a voz da
verdade e do amor.
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