Comentário à missa deste domingo
XVI tempo comum, 19 de julho de 2015
Cristo é a nossa paz, proclama solenemente São
Paulo. Não a paz podre do comodismo da vida ou a paz das pequenas orações que
não libertam, mas oprimem ainda mais ou simplesmente aconchegam a consciência
na quietude doo deixa andar porque para «mim vai dando», os outros que que
façam pela vida, não estou para me aborrecer com o que não me diz respeito.
Jesus Cristo é a paz que provoca para o amor, para a
solidariedade ou caridade. Uma paz que nos desinstala para o encontro dos
outros como irmãos. Uma paz que nos faz mais sérios no nosso trabalho. Uma paz
que se inquieta porque há fome no mundo. Uma paz que não tolera a mentira. Uma
paz que não se deixa vergar à intolerância seja de que ordem for, de raças ou
de religiões. Uma paz que sofre, porque as famílias estão divididas, o esposo
não fala com a esposa e vice-versa, os filhos não falam com os pais e
vice-versa. A paz de Jesus liberta o nosso coração para a alegria da festa e
para a luta diária por um mundo melhor, onde todos possam ter o necessário para
sobreviver, tanto os bens materiais, mas também os bens espirituais.
Neste encontro com Jesus Cristo, cada pessoa
descobre uma dignidade mais elevada, isto é, "podemos aproximar-nos do
Pai", por isso, deve depois agir segundo a sua condição, isto é, de acordo
com a descoberta de um Deus que é Mãe e Pai, que se abeira de cada pessoa com o
abraço maternal e paternal para fazer feliz cada homem e cada mulher que se
deixa envolver pelo amor. Assim, estes filhos de Deus, não se deixam conduzir
pelo egoísmo, pela violência e pela vingança.
Este encontro com Jesus é um encontro de salvação,
uma glória maior que faz cada um ser feliz e não descansa enquanto todos os
outros também não sejam verdadeiramente felizes.
Esta Boa Nova que Jesus Cristo no oferece não se
coaduna com a violência das palavras e das atitudes que se tornam muitas vezes
o pão-nosso de cada dia na vida de tanta gente.
Encontrar Jesus deve fazer com que a delicadeza seja
um valor elementar no falar e no proceder. Jesus Cristo é um apelo para que o
respeito seja alimento de cada dia nas nossas famílias, nas nossas escolas, nas
empresas, na política e na sociedade em geral. Todas as perversidades deste
mundo acontecem por uma única razão, a ausência de Paz no coração de cada
mulher e cada homem, falta de respeito por Deus e amor ao próximo. A paz
verdadeira só tem um nome para nós, tem o nome de uma pessoa, Jesus Cristo, o
filho do Deus Vivo, que se fez carne, dimensão corporal em cada pessoa.
Esta Paz não se adquire com dinheiro, porque ela não
está à venda nas prateleiras dos supermercados, mas virá pela humildade,
bondade, fé, esperança, confiança que colocamos no nosso coração a partir dos
ensinamentos que Jesus nos oferece. Esta oferta está ao alcance de todos, basta
que cada um e cada qual sintam predisposição para o valor da vida e o sentido
da vida a partir de Jesus Cristo. Ele é a paz do amor e da certeza de que a
vida não se reduz à imperfeição deste mundo.
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